SOS RIO GRANDE
Mutirão para a confecção de documentos a abrigados na Ulbra
Ação ocorreu em parceria com Judiciário, Defensoria e Registro Civil
CANOAS - A Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) realizou nesta quarta-feira (15), no campus Canoas, um mutirão para identificação e registro civil das pessoas que foram acolhidas na Instituição, que transformou-se no maior abrigo do Estado, com cerca de 6 mil vítimas das enchentes. O trabalho é realizado em parceria com o Poder Judiciário, a Defensoria Pública e o Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN).
A primeira fase do programa "Recomeçar é preciso" contou com a participação e o apoio de juízes, servidores, defensores públicos, além de coordenadores dos cursos de Direito da Ulbra, professores e alunos da Instituição. "Estamos encaminhando e providenciado certidão de nascimento e certidão de casamento para as pessoas que perderam esses documentos vitais na enchente. Estamos unidos, trabalhando no atendimento às pessoas que estão aqui", destaca o diretor-geral dos cursos de Direito da Rede Ulbra de Educação, Carlos Alberto Lontra.
Direito Básico
O serviço está sendo realizado nos prédios da Ulbra, onde encontram-se centenas de famílias que necessitam de documentação. Para o juiz corregedor da Matéria Notarial Registral, Felipe Lumertz, esta é uma forma de resgatar a identidade das pessoas.
"Estamos atuando na Ulbra, e vamos atuar em todo o Estado para garantir à população um resgate da sua cidadania. É a partir da documentação civil básica que as demais documentações serão feitas. E, com isso, nós daremos esperança para que o cidadão consiga buscar os seus direitos de novo. Estamos unidos para auxiliar a população", destaca.
A subdefensora pública-geral do Estado, Silvia Brum, afirma que é fundamental estar dentro dos abrigos para realizar este trabalho, pois é uma forma de facilitar o acesso às pessoas que perderam seus documentos. "A ideia é deixar o serviço acessível nessa grande catástrofe climática que assolou o nosso estado. Vamos auxiliar para que consigam começar a ter um pouco de normalidade em suas vidas, tendo acesso a sua documentação", ressalta.
Começar de novo
Várias famílias formaram filas dentro dos prédios que servem como abrigo na Ulbra para poder ter acesso ao serviço. O assistente de inventário, Isaque da Silva Sousa, morador do bairro Mato Grande, em Canoas, foi resgatado de barco e hoje, junto com a esposa e as filhas, é um dos acolhidos na Universidade.
"Nós perdemos tudo, nossa casa ficou debaixo d'água, perdemos documentos, roupas, móveis. Estamos sem certidão de nascimento e de casamento, precisamos do serviço para refazer tudo. É um passo pra começar de novo", afirma.
Thamiriz Amado
Jornalista - MTb 18.872
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