Celebração nacional
Universidade tem olhar diferenciado para a educação de surdos
Ulbra oferece apoio para estudantes através do Núcleo de Acessibilidade
Acessibilidade e inclusão são dois assuntos muito importantes, principalmente quando falamos de ensino superior para surdos. Nesta sexta-feira e no sábado, dias 23 e 24 de abril, é celebrado o Dia Nacional de Educação de Surdos e Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais, respectivamente.
A Ulbra conta hoje com sete alunos e 29 colaboradores surdos ou deficiêntes auditivos nos campi do Estado. Segundo a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da Ulbra, Gisele Becker, a Universidade ensina e prepara profissionais qualificados, mas também se torna um canal de convivência e formação de pessoas onde todos devem ser igualmente acolhidos. "Sejam eles alunos, colaboradores, professores e comunidade em geral", destaca.
Educação para surdos
A mestre em Educação, com experiências nas áreas de Educação Especial para surdos, Hiltrud Elert, que dirigiu a Escola Especial Ulbra Concórdia, voltada para alunos surdos da educação infantil ao ensino médio, diz que as pessoas surdas são como todas as outras, a principal diferença é que se comunicam em outra língua, a Libras. "Quando as pessoas surdas são expostas desde pequenas ao ensino da Libras, elas se desenvolvem de acordo com sua faixa etária, assim como alunos ouvintes aprendendo o português", explicou.
Quando o estudante chega à universidade, supõe-se que ele já desenvolveu a leitura e escrita do português, fazendo com que seja possível participar das aulas naturalmente com outros alunos ditos ouvintes. Para Hiltrud, além do suporte da universidade, é fundamental que os alunos surdos tenham um tradutor-intérprete para que possam se comunicar com os demais colegas e professores. Na Ulbra, os estudantes recebem apoio através do Núcleo de Acessibilidade, que disponibiliza aos alunos com deficiência auditiva uma equipe de sete profissionais tradutores-intérpretes de Libras (TILS)), que promovem acessibilidade comunicacional. Além disso, os alunos também podem solicitar apoio de serviços de aconselhamento pedagógico e pastoral.
Os principais desafios no ensino superior
O principal desafio para os alunos surdos, principalmente para aqueles que estudaram em escolas especiais, é adaptar-se ao ambiente escolar que não tem a língua brasileira de sinais, já que nas escolas especiais o estudante convive com outros colegas e professores surdos ou fluentes em Libras, havendo diálogo dentro da turma. Enquanto na universidade o primeiro idioma é o português, o aluno surdo precisa de alguém que faça essa intermediação do conhecimento.
Segundo a tradutora-intérprete de Libras da Ulbra, Cíntia Silva Segabinazzi, a presença de um intérprete é fundamental para a formação do aluno, para que ele consiga assistir às aulas, realizar trabalhos em grupos, participar de eventos e tudo que necessite de comunicação. "Imagina nós inseridos em um país que não conhecemos a língua, é a mesma coisa", comenta. Ao lado de Cíntia, atuam como TILS no Núcleo, Rosane da Silva, Nathalia Lesnik, Flávia Frassa de Oliveira, Gabriel de Souza, Cíntia Oliveira da Luz e Pamella Stigger Moreira.
Vitória Teixeira
Estudante de Jornalismo da Ulbra Canoas
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