Há 25 anos instalado na Casa de Cultura Mário Quintana, o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC-RS) está cada vez mais próximo de ganhar uma casa nova. Após anúncio da secretária Estadual de Cultura, Beatriz Araujo, no mês passado, a Associação de Amigos do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (Aamargs) convidou universidades interessadas em desenvolver projetos para a nova estrutura do museu. A Ulbra foi a primeira a aceitar o desafio.
Com pressa para iniciar os trabalhos, 24 alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade foram conduzidos por dois professores ao local, nesta quinta-feira, 15, para a visita de reconhecimento. A meta do grupo é entregar o projeto até o final do semestre. Segundo os docentes, os estudantes foram divididos em duas turmas, onde formarão duplas para propor a reformulação da planta do imóvel. "A ideia é que trabalhem em duplas, pois consideramos algo primordial esse trabalho em equipe, trazendo perspectivas diferentes", destacou a professora Caroline Kehl, que encabeça o grupo de instituições que aceitaram a empreitada.
Nesta primeira etapa, o foco é analisar o 4º Distrito, bairro em que se localiza o espaço que abrigará o museu. "É importante termos essa visão histórica e estratégica do lugar. É uma região que era completamente industrial e agora passa por uma transformação", observou o professor Rodrigo Allgayer, que também acompanhou o grupo. Para ele, a zona que receberá o MAC-RS tem boas perspectivas de crescimento. "Está em um terreno plano, de fácil acesso e já começa a dar sinais de uma reurbanização", pontuou.
O convite prontamente aceito
Presente na visita realizada à tarde, o arquiteto Márcio Carvalho foi o responsável pelo convite que chegou à coordenação de Arquitetura e Urbanismo da Ulbra. Atualmente presidindo a Aamargs, ele se disse surpreso positivamente com a pró-atividade dos professores e dos alunos que toparam o desafio. "Acho incrível ver essa abertura da Ulbra. É um sinal de que não está fechada em si mesma, que está disposta a colaborar. A Universidade emitiu claramente esse sinal ao aceitar o nosso convite", elogiou o profissional, que vê com bons olhos a possibilidade de ter bases concretas para a formação de um projeto viável para o edital em um futuro concurso público de arquitetura.
Caroline justificou o posicionamento do curso. Segundo a docente, a coordenação e os professores percebem que há ainda certo receio dos estudantes quanto às complexidades da área no mercado de trabalho. "Os alunos têm um medo de se depararem com oportunidades que eles não deem conta. Dessa forma, nós antecipamos este desafio, ainda que com orientação, e mostramos que eles estão preparados", explicou Kehl. Rodrigo também ressaltou a importância de o curso mostrar que está atento às necessidades externas, sem pensar apenas nos exercícios em sala de aula. "É uma forma de mostrarmos que o curso tem se movimentado para dar essa experiência fora dos muros da Universidade", complementou Allgayer.
As primeiras impressões e total liberdade na criação do projeto
Cheios de expectativas, os alunos do curso já puderam expor suas primeiras impressões sobre o local e analisar um pouco da região. Os professores deram total liberdade aos estudantes para criar e os projetos poderão abranger não só a estrutura de 600m² e o seu terreno 1.700m², mas também a rua e o seu entorno. "Acredito que podemos propor uma reurbanização que irá repercutir de forma positiva por toda cidade", opinou a jovem Bianca Marques, do 8º semestre. Já a sua colega Priscilla Longhi, também do 8º semestre, destacou que não se trata "apenas de projetar algo bonito, mas também implementar mudanças em contextos sociais diversos".
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS