A história do município de Canoas vem ganhando um novo capítulo ao longo do último ano. Através de um projeto de pesquisa histórica, encomendada ao professor e historiador Israel Boff, com a colaboração de três estudantes do curso de História da Ulbra, Samara Kolhrausch, Paula Klauck e Magda Corrêa, está sendo possível recontar a trajetória da Paróquia São Luiz Gonzaga.
A iniciativa surgiu durante os preparativos para a celebração de 100 anos da Paróquia, comemorados neste ano, quando os responsáveis pela instituição se questionaram sobre a época exata em que a mesma teria sido constituída. O padre, então, contatou o grupo de historiadores para promover um estudo, voluntário, nos documentos gerais da instituição.
Após muitas pesquisas de fontes encontradas no acervo documental do ano de 1897, comprovou-se a existência de uma primeira construção que abrigava os fiéis durante o período em que Canoas pertencia, boa parte, a Saturnino Mathias Velho. Essa, que, por algum tempo, abrigava um pequeno número de seguidores e era denominada como curato, tinha sua residência em um pequeno prédio constituído de duas torres próximo a onde, hoje, se encontra a Avenida Santos Ferreira, no bairro Marechal Rondon.
Após um laudo de engenharia, também encontrado pelos pesquisadores, condenando a estrutura da igreja, foi necessário iniciar a construção de um novo templo, inaugurado no ano de 1931. Dessa maneira, seguindo relatos escritos em documentos históricos, o grupo de pesquisadores finalizou o projeto e entregou-o pronto à Paróquia.
Pesquisa vai virar livro
A disseminação desse conteúdo será em forma de livro: Centenário da Paróquia São Luís Gonzaga (1919-2019). A obra será lançada no dia 10 de junho, na 35ª Feira do Livro de Canoas. O título será assinado por Boff e pelas alunas da Ulbra, com alguns capítulos escritos por outros colaboradores da pesquisa.
O prefácio da obra será assinado pelo coordenador adjunto e professor do curso de História da Universidade, Rodrigo Simões, que destacou a importância de os alunos participarem e se envolverem com projetos de pesquisa. "É importante e é necessário para que os futuros profissionais que eles serão tenham uma carreira que agregue em suas funções em sala de aula, além da qualificação que essas colaborações proporcionam na hora de passar por seleções acadêmicas, como mestrado", disse o docente.
Visão dos atuantes na pesquisa
As acadêmicas do curso de História da Ulbra ingressaram nesse projeto como uma forma de agregar os conhecimentos práticos da profissão, como destaca Paula Klauck. "Se torna importante, pra mim, por ser uma forma de ingressar como historiadora, aplicando conceitos e entendimentos específicos da paleografia que vemos na graduação", disse a estudante.
Israel Boff, experiente historiador e pesquisador na área de micro-história do Rio Grande do Sul, destacou a importância do envolvimento das estudantes nesse projeto. "A participação delas foi fundamental para a construção e finalização desse projeto. A carga de conhecimento que se traz após integrar uma pesquisa histórica é enorme, e com certeza será um diferencial no currículo das estudantes", disse o professor.
Já para Samara Kolhrausch, a perspectiva de trabalhar com paleografia foi o que lhe fez agarrar e se dedicar ao projeto. "Foi muito emocionante e gratificante trabalhar nesse projeto, e me fez ter certeza que eu estou realmente fazendo o que amo. A parte da paleografia foi o que me estimulou a ser uma das primeiras pessoas a se inscrever na pesquisa, porque é uma área que eu gosto muito de estudar", finalizou a acadêmica.
Emily Ebert
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas