Desenvolver o estudo de química a partir do interesse e curiosidade dos alunos, aproximando o estudante da área. Foi com esse objetivo que o professor do curso de Química e do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM) da Ulbra, Everton Bedin, criou a proposta metodológica Desenvolvimento Cognitivo Universal-bilateral da Aprendizagem (Dicumba).
A ideia surgiu a partir das observações do docente ao longo de nove anos de experiência como professor da Educação Básica. "A Dicumba teve como motivação as minhas angústias, incertezas e os sentimentos envolvidos na construção de projetos de especialização, mestrado e doutorado que realizei em relação à educação de química em escolas", explica.
A metodologia de ensino vem sendo aplicada desde 2017 na Educação Básica. Os resultados apontam para uma aprovação tanto dos professores quanto dos alunos. De acordo com Bedin, os dados mostram que a Dicumba vem se caracterizando como uma metodologia para aprimorar os saberes dos estudantes. Além disso, o projeto tem intensificado a necessidade de o professor buscar uma formação continuada e qualificada.
Bedin espera que os professores, tanto da educação básica quanto do ensino superior, comecem a utilizar essa metodologia em seus ambientes de aprendizagem. "A Dicumba é uma forma de constituir o papel do professor como um facilitador do processo de aprendizagem, instigando o aluno a se compor como responsável pela sua formação", avalia o docente. O projeto foi criado para ser desenvolvido de forma cooperativa-investigativa, fazendo com que os estudantes desenvolvam competências e habilidades com o estudo de química.
De acordo com o docente, essa proposta de ensino pode agregar na formação dos alunos. "A partir do interesse e do fascínio de pesquisa do estudante, o professor precisa direcionar seus saberes de forma útil e conveniente", conta. Trata-se de uma metodologia que valoriza o professor, pois instiga a participação ativa dos alunos nos processos de ensino.
Proposta metodológica foi publicada em revista de renome na área
Ensaio - Pesquisa em Educação em Ciência é uma das revistas de maior renome na área. O projeto, intitulado DICUMBA: Uma proposta metodológica de ensino a partir da pesquisa em sala de aula, foi publicado no volume 21 da revista em abril de 2019. Para Bedin, a publicação na revista pode ajudar na divulgação da proposta. "Mostra aos professores, principalmente da rede pública, que há mais uma metodologia ativa capaz de resgatar o interesse do aluno e despertar no mesmo a curiosidade pelo ensino de química", declara.
Experiência na área de Química
Bedin é docente na Universidade Luterana do Brasil há três anos. Enquanto professor de Química, percebeu que a área de Educação Química possibilita diagnosticar as dificuldades de aprendizagem dos estudantes. "A forma de conduzir a aula e a possibilidade de ser desenvolvida com a interação do aluno me motiva a permanecer na área", conta.
Conforme o professor, existem inúmeras pesquisas na área de Educação Química no Brasil e em outros lugares do mundo. "Eu acredito que, apesar de haver diversas pesquisas na área, a Educação Química tem muito a crescer e acrescentar no meio acadêmico", expõe. Para ele, este é um campo científico que valoriza a ação dos sujeitos em todos os âmbitos. "O aluno precisa ser parte integrante do processo de aprendizagem, obtendo conhecimento por meio de algo que, realmente, faz parte de sua vivência", finaliza.
Karoline Milbradt
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas