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No início do mês, o governo federal, por meio do Ministério da Saúde, iniciou a nona edição do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde). Ao todo, são mais de 6.500 participantes, sendo 1.102 professores, 2.063 profissionais de saúde e 3.288 estudantes. Para participar, as secretarias de saúde dos municípios precisam se juntar às universidades e inscrever projetos no edital. Nesta edição, foram 120 projetos aprovados, sendo que quatro eram da Ulbra Canoas.
A Prefeitura de Canoas e a Universidade Luterana do Brasil enviaram quatro propostas de estudos: Sífilis Congênita, Cobertura Vacinal, Tuberculose e Dengue. As escolhas, segundo a coordenadora do projeto Liane Einloft, se deram em comum acordo e conforme a necessidade das Unidades Básicas de Saúde do município. Cada projeto dispõe de dois preceptores, que são profissionais de saúde de Canoas; dois tutores, que são docentes da Ulbra; e seis alunos bolsistas, também da Ulbra; totalizando oito preceptores, oito professores e 24 acadêmicos.
Questionada sobre como se dão os processos de trabalho dos grupos de estudo, a professora Maria Renita Burg Figueiredo, tutora do projeto de Cobertura Vacinal, disse que há um cronograma inicial bem estabelecido, partindo de capacitações dos participantes. "Nós vamos melhorar o projeto e colocar na plataforma, para que possamos mostrar os resultados em diversos trabalhos futuros, pois esse é o nosso papel enquanto tutores: fazer que esses números que vamos extrair das capacitações possam ser publicados", destacou a docente de Enfermagem.
Além da capacitação prévia, os alunos bolsistas precisam se dedicar oito horas semanais às atividades do projeto. Durante os dois anos em que a edição do programa se estende, cada um recebe R$ 400,00 de bolsa do governo federal. Os preceptores e tutores recebem R$ 550,00, enquanto o coordenador recebe R$ 1.100,00, de acordo com o edital. Há um acompanhamento e assessoramento de professores indicados pelo Ministério da Saúde, para verificar o andamento da pesquisa, comprovar horários de atividades e sugerir melhorias ao projeto.
Oportunidade para os acadêmicos
Durante os anos em que estão no projeto do PET-Saúde, os alunos acompanham de perto os desafios da saúde pública, analisando o dia a dia das Unidades Básicas de Saúde do município (UBS). A coordenadora Liane Einloft destacou que essas atividades ajudam na escolha profissional e na área de atuação, principalmente para aqueles que desejam entrar no mundo da saúde coletiva. "Muitos alunos do projeto anterior seguiram para a área da saúde coletiva, porque viram a grandiosidade que é trabalhar na rede pública. Além disso, eles costumam acompanhar as reuniões, então eles veem a realidade", frisou a gestora dos projetos.
Douglas Vieira, aluno do 6º semestre de Enfermagem, é um dos bolsistas que consideram essa possibilidade. Ele, que pretende trabalhar com neonatologia ou pediatria, revelou sua expectativa em relação à participação no projeto. "Tenho a ideia de que vou sair, após a realização do projeto, com uma noção maior sobre os processos, como as vacinas ofertadas pelo SUS, a demanda que estão tendo, se estão sendo atingidas as metas", disse o jovem.
Ele também destacou a importância de participar de um projeto que propicia a interdisciplinaridade, reunindo diversas áreas da saúde. "Eu me interessei porque não vou trabalhar só com enfermagem, após a minha formação. Na área da saúde, nós temos que ter uma visão geral do paciente, então achei muito interessante trabalhar com outras áreas, como Medicina Veterinária, Biomedicina, Medicina, e assim nós fazemos uma troca de conhecimentos muito importante", concluiu.
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
Colaboração: Emily Ebert
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas