Com o tema Direito, Justiça e 500 Anos da Reforma Luterana, o curso de Direito da Ulbra Canoas iniciou o evento alusivo aos 500 anos da Reforma Luterana, na noite de terça-feira, 9 de maio. A atividade foi organizada por uma comissão de docentes do curso e teve o apoio do Comitê Ulbra 500 Anos, do grupo de pesquisas em Filosofia do Direito e da Editora Fi.
Na cerimônia inaugural, o diretor do campus, Erivaldo Diniz de Brito, enalteceu sua satisfação em participar de uma ação que promove o conhecimento sobre a Reforma Protestante e da figura histórica de Martinho Lutero. "Entre o vasto legado deixado por Lutero, destaco o senso crítico de pensamento, que é muito importante para a área do Direito", afirmou Brito. "Nossa graduação sentiu-se estimulada a promover esse momento de aproximação das temáticas ligadas à Reforma, com questões vinculadas ao universo jurídico", argumentou a coordenadora do curso de Direito, Alessandra Mizuta de Brito.
A primeira palestra da noite foi proferida pelo vice-reitor da Universidade e coordenador do Comitê 500 anos da Reforma Luterana, Ricardo Willy Rieth. A Reforma Protestante e o Direito: Aproximações ao Tema foi a abordagem de Rieth, que enalteceu a iniciativa de estabelecer relações entre o universo acadêmico e o movimento da Reforma Luterana. "A partir da Reforma, é estabelecido uma interface com todas as áreas do conhecimento e de atuação da sociedade. Nesse aspecto, um dos segmentos mais impactados foi o universo jurídico", argumentou. Apresentando um resgate histórico do contexto da época em que vivia Martinho Lutero, Rieth argumentou que a Reforma Luterana foi muito mais que um movimento religioso. "As teses também reformaram o Direito, pois não havia mais alternativa jurídica para a nova teologia que ele estava desenvolvendo na época", explicou. "Para consolidar todas as transformações que aconteceram do ponto de vista religioso, social e político, era necessário estruturar um novo sistema jurídico, suplantando o direito canônico", destacou.
A segunda palestra da noite foi proferida pelo pró-reitor de Planejamento e Administração da Ulbra e estudante de Direito da Instituição, José Paulinho Brand. Ele apresentou os conceitos de justiça em Lutero, que seriam a humano-terrestre e a divino-revelada, uma compreensão dupla da justiça. "Lutero comungava do conceito de justiça inscrita no coração do homem e da liberdade, ou seja, ligada ao Direito natural e da justiça do reto caminho, da reta razão ligada ao Estado e a Política", salientou Brand. Durante a atividade, estudantes do curso entregaram uma lembrança comemorativa aos dois palestrantes da noite, Rieth e Brand, ao diretor-geral do campus, Erivaldo Diniz de Brito, ao capelão universitário da Ulbra Canoas, Gerhard Grasel, aos docentes da graduação e aos integrantes do comitê organizador do evento, Leandro Cordioli, Carolina Zenha Saraiva, Viviane Shacker Militão.
O evento teve continuidade na noite de quarta-feira, 10 de maio, com as palestras Justiça, Justificação e Pluralismo: O Legado da Reforma para o Estado Democrático de Direito e Notas sobre o Pensamento Político e Jurídico de Lutero, que foram proferidas, respectivamente, pelo professor titular da Escola de Humanidades da PUCRS no Programa de Pós-graduação em Filosofia do curso de Direito da Universidade, Nythamar de Oliveira e pelo docente da Escola de Humanidades da PUCRS, Roberto Hofmeister Pich.
Confira a seguir a programação desta quinta-feira, 11 de maio.
Horário: a partir das 9h
- Assunto: Reforma Protestante: Causas, Personagens e Consequências
- Palestrante: Marco Antonio de Almeida - Professor de Direito da Ulbra Canoas
- Assunto: Justiça, Direito e Reforma Protestante: Por uma Cosmovisão Jurídica Reformacional
- Palestrante: Daniel Ortiz Matos -- Advogado e Bolsista do Programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Horário: a partir das 19h
- Assunto: As noções de Subjetividade e Justiça a partir do Renascimento e da Reforma Luterana
- Palestrante: Josué Emilio Möller - Coordenador do curso de Direito da Ulbra Guaíba
- Assunto: Comércio de Indulgências? Justiça e Graça em Tomás de Aquino
- Palestrante: Leandro Cordioli - Professor de Direito da Ulbra Canoas e doutorando em Filosofia
André Bresolin
Jornalista Mtb - 18183