Educação inclusiva
Dia Nacional do Braille: sistema amplia oferta ao conhecimento
Universidade mantém bibliografias para o público cego
Logo nos primeiros anos de vida, quando é iniciado o período de alfabetização, até o ensino superior, os livros fazem parte da rotina de estudos. Mas você já se perguntou como acontece o processo de aprendizagem com as pessoas cegas? As mesmas práticas valem, entretanto, o braille se torna o processo de escrita e leitura utilizado. Para oportunizar o acesso dessas pessoas ao conhecimento, a biblioteca da Ulbra disponibiliza mais de 260 títulos traduzidos para o sistema braille.
Oficializado no Brasil há quase 200 anos, o sistema braille de escrita possibilita que pessoas cegas ou com deficiência visual tenham acesso à leitura. O criador desse sistema foi o professor francês Louis Braille, que, através de uma combinação de códigos em alto relevo, representando letras e números, possibilitou que as pessoas cegas pudessem ter acesso à leitura através do toque e identificação desses códigos.
Com o avanço da educação inclusiva, a presença de alunos com deficiência visual se tornou uma realidade dentro das universidades. Para a bibliotecária da Ulbra, Heloisa Helena Nagel, o investimento em bibliografias em braille possui extrema importância no processo de adequação educacional e pedagógico dos estudantes com deficiência visual. "A escrita e a leitura são essenciais para a comunicação, e os livros em Braille são muito importantes para o acesso educacional e cultural, pois permitem que pessoas com deficiência visual tenham acesso à informação, ao conhecimento e à inclusão social", conta Helena.
Jornada acadêmica inclusiva
O 8 de abril marca o Dia Nacional do Braille, celebrado na Ulbra através do Núcleo de Acessibilidade, que mantém um calendário de ações inclusivas. A data tem como objetivo propor uma reflexão sobre os desafios enfrentados pelas pessoas cegas e a importância da implementação dessa forma de escrita. Para as pessoas cegas, ter a maior quantidade de textos em braille em seu dia a dia significa autonomia.
O psicólogo Paulo Fernando Soares é deficiente visual, começou sua trajetória na Ulbra há 13 anos, quando ingressou no curso de Psicologia, e permanece até hoje como colaborador da Universidade. De acordo com Paulo, o acesso a livros em braille e o sistema de educação inclusiva evoluíram muito nos últimos anos com a ajuda da tecnologia. "Na graduação, tive acesso ao braille, principalmente no início. Depois, aderi aos livros digitais pelo computador, que oferecem a opção de leitor de tela. Isso tornou a leitura mais prática e acessível."
Para o psicólogo, o investimento da Instituição na oferta de livros em braille e em formato digital contribuíram muito para a sua jornada na Universidade. "Isso tornou os estudos, a graduação, do tempo que estudei até os dias de hoje, um ambiente muito mais possível para as pessoas com deficiência", completa.
Dorley Dorneles
Estudante de Jornalismo da Ulbra Canoas
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