Atividade pedagógica foi realizada no auditório do prédio 11 do campus Canoas Foto: Luiz Munhoz/Ulbra

Com o intuito de fomentar o debate sobre a restruturação curricular da Universidade junto ao seu corpo de professores,a Pró-reitoria Acadêmica, através da Direção de Ensino e Coordenadoria de Processos, promoveu, entre os dias 18 e 19 de julho, mais uma edição de sua Formação Docente Continuada.

 O evento abordou uma questão central: como efetuar o melhor diagnóstico de estratégias para a avaliação da aprendizagem? A resposta para a pergunta veio na forma de uma série de palestras ministradas pela Dra. Aparecida do Carmo Frigeri Berchior, no auditório do prédio 11 do campus Canoas. 

Gestora acadêmica por mais de 15 anos, Aparecida é ex-revisora didático-pedagógica do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e hoje atua como avaliadora do Guia do Estudante, além de colaborar esporadicamente com o Grupo Humus, empresa especializada em consultoria educacional.

Durante sua conferência, realizada na tarde de terça-feira, dia 18, a pesquisadora paulista compartilhou um pouco de tua trajetória com mais de 300 educadores. Entre visitas a IES estrangeiras, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, e a Universidade de Cambridge, no Reino Unido, Aparecida conta que buscou encontrar um modelo de gestão educacional mais adequado à realidade brasileira. Foi na Espanha, no final dos anos 90, que ela se deparou como a avaliação de aprendizagem por competências, método que prioriza o ensino de habilidades polivalentes em detrimento da reprodução de conteúdos. "Vivemos em uma sociedade globalizada, onde temos de formar alunos que não apenas absorvam conhecimento, mas que sejam capazes de transformar o que aprendem em competências profissionais", pontuou a conferencista, que atribui essa necessidade a um comportamento de mercado. "As empresas não querem replicadores autômatos de informação, isso não interessa aos empregadores.  Hoje em dia, as corporações precisam de pessoas que, além de ter um saber específico, consigam se adaptar com flexibilidade a mudanças", analisou a consultora.

Mais do que impactar alterações curriculares ainda em implantação dentro do universo acadêmico brasileiro, a avaliação por competências hoje é adotada pelo Enade, e, por isso, os docentes precisam estar atentos à sua aplicação em sala de aula. "Os processos participativos são a única forma de mesurar o aprendizado dos estudantes", enfatizou a palestrante recomendando a promoção de debates e apresentações orais como ferramentas didáticas.   

Para educadores, evento contribuiu com a qualificação do trabalho em sala de aula

Ao final da atividade, vários professores avaliaram positivamente a formação pedagógica, como a professora dos cursos de Design da Instituição, Patrícia Thormann, salientou a contribuição da palestra para a qualificação de seu trabalho docente. "O encontro contou com dinâmicas que estão extremamente alinhadas com os propósitos de nossa Universidade, como o de sermos uma comunidade de aprendizagem eficaz e inovadora", ressaltou Patrícia.

Já o coordenador do curso de Letras, Ítalo Nunes Ogliari, afirmou que a convidada abordou com propriedade e muita clareza assuntos complexos, como os processos de reconstrução das matrizes curriculares dos cursos. "A Aparecida mostrou um lado prático das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), desmistificando a imagem enfadonha que muitos de nós temos a respeito do assunto. Acho que isso representa um grande ganho para os educadores e também para a Instituição de Ensino. Sua abordagem fez parecer fácil, algo que normalmente achamos complicado", comentou Ogliari.

Marcus de Freitas Perez* 
Jornalista MTb 17.602 

* Com a colaboração do jornalista André Bresolin - Mtb 18.183