Relações Internacionais
Big Data é o desafio para os gestores de comunicação latino-americanos
Pesquisadores apresentam dados do LCM 2016-2017 na Ulbra dia 20 de junho
Qual é a extensão do uso da Big Data e da automatização pelos profissionais da área de comunicação na América Latina? E no Brasil? As respostas para estas perguntas serão apresentadas na divulgação de resultados do Latin American Communication Monitor (LCM), maior estudo sobre comunicação na América Latina, desenvolvido no período 2016-2017. Os dados serão apresentados no dia 20 de junho, a partir das 19h, no auditório 14B do prédio 14 da Ulbra Canoas, pela assessora de Relações Internacionais da Ulbra, Andréia Athaydes, e pelo diretor de Extensão da Universidade, Gustavo Becker.
Esses resultados foram inicialmente apresentados pelas coordenadoras da pesquisa para a América Latina, Ángeles Moreno, e para o Brasil, Andréia Athaydes, no dia 26 de abril, na ECA-USP. As informações do LCM abordam tendências em comunicação estratégica: Big Data, automatização, engajamento, influenciadores, coaching e competências, obtidas na pesquisa realizada em 17 países.
Ángeles Moreno, diretora do Latin American Communication Monitor e diretora executiva da European Public Relations Education and Research Association (EUPRERA), apresentou os dados inéditos da América Latina durante a I Cúpula Íbero-Americana de Comunicação (Cibecom), nos dias 6 a 8 de abril, em Miami, para um restrito grupo formado por gestores em comunicação do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Uruguai, além de Portugal. Segundo Àngeles, que leciona na Universidade Rey Juan Carlos, em Madri, "a receptividade do relatório foi muito positiva". Em São Paulo, ela e Andréia reapresentaram as mesmas informações, publicamente, pela primeira vez. Após o relato na USP, a divulgação foi feita em eventos oficiais na Argentina, Colômbia e México. E o resultado completo dos dados mundiais foi divulgado no dia 1º de maio.
Andréia Athaydes, também professora do curso de Comunicação Social da Ulbra Canoas, é a executora da pesquisa no Brasil. A docente evidenciará as diferenças existentes na comparação entre os dados brasileiros e os coletados na América Latina, entre outras informaçõs. "Essas informações trazem uma oportunidade única para as entidades de classes profissionais e as instituições de ensino superior que têm cursos na área de comunicação formularem e aplicarem programas de capacitação e aperfeiçoamento no uso do Big Data", afirma Andréia.
O BIG DATA E A COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA
Os avanços tecnológicos estão alterando os padrões de produção, consumo e comportamento das sociedades. Dentre as principais alterações destaca-se a imensa quantidade de dados acessível a todos os tipos de organizações. O Big Data (grandes dados), por exemplo, fornece acesso a determinados grupos de stakeholders com alta precisão. No âmbito da comunicação estratégica, o Big Data envolve uma gestão praticamente em tempo real, ligada a uma perspectiva pró-ativa baseada em uma ativa escuta dos públicos.
A função comunicativa das organizações abrange um vasto leque de atividades que estão sendo profundamente modificadas pelas mudanças que ocorrem no mundo atual, como o aumento da cobertura da mídia sobre a vida dessas próprias organizações. Hoje é impossível estabelecer uma linha entre as atividades de comunicação interna e externa para todos os membros da organização comunicarem-se em uma pluralidade crescente de mídias e plataformas. Tendo em conta estas novas realidades da cobertura da mídia, algumas organizações não se comunicam apenas estrategicamente, mas elas mesmas são a comunicação estratégica.
A PESQUISA EM 2016-2017
A pesquisa teve a participação de 2.295 pessoas na América Latina. Destas, 60% ocupam cargos diretivos e a maioria tem mais de 10 anos de atuação profissional. As mulheres predominam no mercado e em torno de 60% têm mestrado ou doutorado. Em torno de 67% trabalham em distintos tipos de organizações e os demais em agências e consultoria.
Dados revelam que na América Latina os profissionais de comunicação utilizam menos o Big Data que em regiões da Europa e da Ásia. Somente 17% dos departamentos e das agências de comunicação já estão implementando atividades com o Big Data e 16% planejam implementá-las até o final de 2017.
Os profissionais que mais utilizam o Big Data atuam em agências, na bolsa de valores e instituições públicas. Entre as organizações que já o utilizam, 71,2% recorrem a ele para planejar estratégias globais. Os dados são utilizados um pouco menos para orientar as ações do dia a dia (58,8%) e para justificar suas atividades (53,7%).
Os profissionais que não utilizam o Big Data justificam que lhes falta habilidade e o tempo para analisar seu funcionamento. Sete em cada 10 entrevistados acreditam que é importante a adaptação de algoritmos de serviços online, tais como motores de busca, porém somente 37% o implementam em seus próprios departamentos. Mais da metade consideram importantes as ferramentas de algoritmos programados importantes para a distribuição e a criação de conteúdos, mas apenas uma minoria já implementou estas ferramentas.
Outra informação apontada pelo LCM é que 27% do tempo produtivo dos profissionais é ocupado com a gestão das atividades de comunicação e das equipes; 21% é utilizado para alinhar a comunicação da organização com o cliente e seus stakeholders; e 17% em coaching para formar, aconselhar e habilitar os membros da organização ou clientes.
O ESTUDO
O LCM foi aplicado pela segunda vez na América Latina, atingindo 17 países, incluindo o México. Este projeto é organizado pela European Public Relations Education and Research Association (EUPRERA) com a colaboração da Asociación de Directivos de Comunicación, Dircom e patrocinado pela Llorente & Cuenca, agência de gestão da reputação, comunicação e assuntos públicos na Espanha, Portugal e América Latina.
A edição 2016-2017 do estudo bienal explora, entre outros temas, o uso do Big Data, a automatização da comunicação, os temas estratégicos ou as competências dos comunicadores em função de gestão e mídias sociais. Trata também dos novos modelos para capacitar os altos executivos e a outros membros da organização em comunicação, do engagement com os públicos de interesse e papel dos influencers.
Este estudo, com propósitos científicos e respeitando a confidencialidade, identifica as características dos departamentos de comunicação excelentes e permitirá comparações por países, por tipo de organização (empresas privadas, organizações sem fins lucrativos, organizações governamentais, agências, etc.) e com outros continentes, proporcionando resultados relevantes a nível mundial.
A pesquisa foi desenvolvida online, dirigida aos profissionais de comunicação ativos em organizações, agências ou como freelancers. Após a divulgação do resultado, os respondentes receberão um relatório e um vídeo resumo.
O LCM é liderado por professores de 11 universidades da América Latina, Espanha e Estados Unidos. O estudo está dirigido por Àngeles Moreno, professora da Universidade Rey Juan Carlos e diretora executiva da European Public Relations Education and Research Association (EUPRERA) e por Juan Carlos Molleda, professor e diretor do Departamento de Relações Públicas da Universidade da Flórida. No Brasil, a coordenação e execução são dos professores pesquisadores Andréia Athaydes e Gustavo Becker, da Universidade Luterana do Brasil, e da professora Margarida Maria Krohling Kunsch, da Escola de Comunicação e Artes da USP, no Conselho Assessor.
Nome do evento: Apresentação do Latin American Communication Monitor 2016-2017
Data: terça-feira, dia 20 de junho
Horário: a partir das 19h
Endereço: auditório 14B, Prédio 14, Avenida Farroupilha 8.001, Bairro São José, Canoas
Ulbra Canoas
Contato no Brasil sobre o LCM 2016-2017
Profa. Dra. Andréia Athaydes
Universidade Luterana do Brasil
E-mail: andreia.athaydes@ulbra.edu.br
Fone: (51) 99333-3678
Rosa Maria Ignácio
Jornalista - MTb 5.785
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