A 39ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) promoveu na manhã de sábado, 18.07, o 4º encontro do Curso de Capacitação: Inclusão - Uma Boa Escola Para Todos, com o apoio do curso de Pedagogia da ULBRA Carazinho. O tema abordado durante o evento foi Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD). Eles são caracterizados por severas anormalidades nas interações sociais recíprocas, nos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, além de um estreitamento nos interesses e atividades da criança. O TGD costuma se manifestar nos primeiros cinco anos de vida, sendo que existem várias formas de apresentação dos mesmos.

Na construção de processos inclusivos encontram-se obstáculos relativos aos supostos limites e possibilidades de escolarização de crianças e adolescentes com TGD. Em conseqüência da estruturação psíquica singular, estes alunos apresentam falas descontextualizadas, escritas e leituras com sentido errante, que são facilmente percebidas e que requerem um encaminhamento para espaços reeducativos para que haja uma adaptação comportamental.

Márcia Garcia e Liliane Reolon, representantes da 1ª CRE de Porto Alegre, foram as responsáveis por abordar o tema frente uma platéia composta por mais de 300 pessoas, entre profissionais da área educacional e estudantes de magistério de Carazinho e região. “O TGD engloba praticamente os transtornos psíquicos como Autismo, Síndrome de Asperger, sujeitos vistos sem limites, inquietos, e que por isto necessitam de um tratamento diferenciado. Por isto estamos abordando este tema, porque cada vez mais tem chegado alunos incluídos com esta síndrome às escolas, e nós estamos aqui com o objetivo de contribuir na intervenção pedagógica”, fala Márcia.

Ainda segundo as representantes da 1ª CRE de Porto Alegre, as crianças que possuem estes transtornos geralmente eram segregadas e agora, com o trabalho de inclusão que vem sendo feito no Estado, as famílias têm procurado as escolas, que cada vez estão recebendo mais matrículas de alunos com TGD, e precisam de readequar para bem atendê-los.

Conforme a assessora pedagógica da 39ª CRE, Anelise Della Senta, não há um levantamento preciso do número de crianças na região com TGD. Com os alunos com transtornos que chegam até o conhecimento, e que existem nos 21 municípios da região atendidos pela coordenadoria, daria para se trabalhar em dois turnos. “Estamos com um projeto pronto, o processo está em andamento e no momento estamos montando uma sala de Recursos TGD. Primeiramente, pretendemos atender aos alunos da rede estadual de ensino de Carazinho. Provavelmente a sala de recursos irá funcionar junto à escola Estadual Rodolfo Bolzanni devido a sua localização, que facilitaria o deslocamento dos alunos que viessem de outros municípios”, explica Anelise.

A docente do curso de Pedagogia da ULBRA Carazinho, Lisandra Rhoden, representante da Associação dos Deficientes de Carazinho, palestrou sobre a Deficiência Auditiva. Rhoden, que coordena o projeto do Núcleo de Atendimento ao Cidadão da ULBRA Carazinho, abordou o tema Pessoas com deficiência e empregabilidade, onde enfatizou a necessidade de que, não apenas os deficientes auditivos, mas que toda a sociedade aprenda Libras (Língua Brasileira de Sinais) para que ocorra uma inclusão não só em sala de aula, mas em todos os ambientes.