O projeto da Casa Popular Eficiente surgiu em 2008 no curso de Arquitetura e Urbanismo da ULBRA Santa Maria, onde na época o professor Marcos Vaghetti lecionava. Em conjunto com um grupo de alunos e professores, começaram a discutir a proposta de construir uma casa popular totalmente sustentável na qual seus moradores pudessem ter conforto com um custo mínimo. A pesquisa teve sequência na instituição nos anos de 2009 e 2010, desenvolvendo os anteprojetos necessários para a construção da habitação. Em 2011, quando o professor foi para a UFSM lecionar, a pesquisa evoluiu nas fases de finalização dos projetos: arquitetônico e complementares, dando início em 2012 a construção do protótipo da casa popular eficiente. Atualmente o projeto é desenvolvido em convênio entre as instituições.

O prof. Vaghetti comenta que o projeto objetiva “despertar uma consciência ambiental em todos os envolvidos no ambiente da construção, sejam técnicos, engenheiros, arquitetos, geotecnistas, etc., contribuindo para a necessidade de diminuir o impacto que o setor das edificações causa no chamado ‘efeito estufa’, responsável pelo aquecimento global do Planeta Terra. A pesquisa visa também a transferência para a comunidade de Santa Maria e região, da tecnologia construtiva em alvenaria estrutural com tijolos de solo cimento.  O setor das edificações contribui fortemente para o fenômeno, devido às emissões de CO2 pelas indústrias de materiais de construção (cimento, cerâmica, vidro, alumínio, aço, etc.), pelo uso dos transportes, pelo consumo de energia nos edifícios, como também pela utilização da madeira dentro da atividade de construção”.

O professor avalia que após a construção do protótipo os desafios da pesquisa estão em avaliar os aproveitamentos desses recursos, como a eficiência térmica e energética do aquecedor solar da água para o banho, o aproveitamento do sol para geração de energia elétrica a partir de placas fotovoltaicas, o aproveitamento das águas da chuva para o vaso sanitário, entre outros. A vegetação e a ventilação cruzada como forma de conforto térmico da residência e o tratamento e aproveitamento das águas cinza do banheiro e da máquina de lavar roupas.

Nesta quarta-feira, dia 04.12, às 16h30 acontece à solenidade de inauguração da Casa Popular Eficiente, no centro de Centro de Eventos – Campus da UFSM.

Quais os materiais utilizados na construção da Casa Popular Eficiente?

A ‘Casa Popular Eficiente’ é composta por materiais, tais como: tijolos de solo cimento, telhas tetra-pak, painéis OSB, impermeabilizantes e tintas ecológicas, etc.; bem como soluções sustentáveis, tais como: o aproveitamento do vento, da vegetação, do sol, das águas da chuva e das águas cinza e também o aquecimento solar da água para o banho; visando a utilização dos recursos ambientais disponíveis (sol, vento, solo, vegetação e águas da chuva)

Atualmente quem está envolvido no projeto?

O projeto envolve a participação de professores, alunos e técnicos administrativos de vários cursos da universidade: Engenharia Civil, Engenharia Sanitária e Ambiental, Engenharia Elétrica, Engenharia Acústica, Arquitetura e Urbanismo; como forma de trabalhar a interdisciplinaridade no ambiente da pesquisa científica.

Quem seriam os principais beneficiados com o projeto?

A chamada população de baixa renda (1 a 3 Salários Mínimos) que possibilite levar em conta o aproveitamento dos recursos ambientais disponíveis na sua construção, contribuindo para o conforto da moradia, para a sustentabilidade do Planeta e também para a diminuição do déficit habitacional em nosso país. A pesquisa, a partir da inauguração da casa, envolverá testes de desempenho dos materiais utilizados, bem como a avaliação da eficiência das soluções sustentáveis previstas na edificação.

Assim, a partir da construção desse protótipo, além de contribuir para agregar tecnologias sustentáveis capazes de oferecer uma alternativa de moradia para a população carente, visa também construir uma habitação que insere mais do que uma arquitetura simplesmente, mas o lar de uma família com todas as relações e dimensões que implica num “morar” numa casa, especialmente o entorno com o meio ambiente.