SAÚDE
Medicina da Ulbra se destaca no atendimento aos abrigados
Atuação dos alunos tem importante papel social e na formação acadêmica
Durante as enchentes que assolaram a Região Metropolitana, em especial a cidade de Canoas, a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) se destacou pela mobilização e solidariedade. O campus de Canoas tornou-se um ponto central de acolhimento, recebendo cerca de 7,8 mil pessoas desalojadas de suas casas pelas águas. Essa ação humanitária contou com a participação ativa dos estudantes de Medicina, que desempenharam um papel crucial no atendimento às necessidades básicas e de saúde da população flagelada. Os acadêmicos participaram ativamente de triagens médicas, primeiros socorros, acompanhamento de doenças crônicas, apoio psicológico e vacinação, sempre supervisionados por docentes experientes e comprometidos.
"A participação dos estudantes de Medicina da Ulbra Canoas em situações emergenciais, como as enchentes, é de extrema importância para a formação acadêmica e pessoal. Eles tiveram a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, lidando com uma ampla gama de situações clínicas e sociais", explica o diretor do curso de Medicina da Ulbra, doutor Marcelo Guerra.
Segundo o professor, esse envolvimento direto com a comunidade afetada proporcionou aos alunos uma vivência única e enriquecedora, desenvolvendo competências essenciais como empatia, resiliência e habilidades de comunicação. "Essas atividades não só fortaleceram o aprendizado prático, mas também consolidaram um senso de responsabilidade social e compromisso ético. O contato com pacientes em condições adversas permitiu aos estudantes entenderem melhor as realidades e os desafios enfrentados por populações vulneráveis", enfatiza Guerra.
Ações de emergência humanitária
Além do atendimento direto, os estudantes de Medicina da Ulbra também se engajaram em ações de prevenção e educação em saúde, orientando os desabrigados sobre cuidados básicos, higiene e prevenção de doenças contagiosas. Essa atuação ampliou a capacidade de resposta do sistema de saúde local e contribuiu significativamente para o bem-estar da comunidade.
A integração dos estudantes em ações de emergência humanitária reafirma o compromisso da Ulbra com uma formação médica de excelência, que valoriza não apenas a competência técnica, mas também a sensibilidade humana e a ética profissional. "As experiências vivenciadas durante essas crises certamente moldam médicos mais preparados e conscientes das suas responsabilidades sociais", diz o diretor.
A participação ativa dos estudantes de Medicina da Ulbra Canoas em eventos de acolhimento e assistência humanitária, como as enchentes, demonstra a capacidade da instituição de formar profissionais altamente qualificados, prontos para enfrentar desafios complexos e contribuir significativamente para a saúde e bem-estar da sociedade. Esses futuros médicos, forjados na prática e na solidariedade, serão um orgulho para a Ulbra e darão uma grande contribuição para o sistema de saúde brasileiro", garante Marcelo Guerra.
"Cenário que jamais imaginei"
"Cheguei à Ulbra Canoas quando ainda não havia estrutura estabelecida de fluxo para os atendimentos, na manhã de 4 de maio", relembra o professor Diego Alex Oliveira. "Um cenário que jamais imaginei vivenciar. Momento crítico. Muitas pessoas perdidas e à procura desesperada por seus familiares. Crianças separadas de seus pais. Pessoas molhadas, no chão do ginásio, sem colchão, algumas com fome. Um cenário terrível. A impressão que se tinha era de que, por mais que se trabalhasse, seria pouco diante das necessidades", memoriza o professor sobre os primeiros momentos dos abrigados que, aos poucos, foram atendidos em muitas das complexidades do momento.
"Foi um grande aprendizado para todos os estudantes de Medicina da Ulbra que estiveram presentes no acolhimento às vítimas das enchentes. Todos muito engajados. A solidariedade do ser humano foi acentuada nesse momento", garante o doutor Oliveira. Ele também relata situações de extrema emergência. "Levei no meu carro até o Hospital Universitário alguns pacientes que precisavam de cuidados específicos. Foram, em média, 16 horas trabalhadas. Também fiz a maioria dos plantões à noite pela necessidade da escala", conclui o médico e professor.
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