Projeto de Pesquisa homenageia as mulheres agricultoras do Assentamento Mariana
A população rural na sua maioria é constituída por homens. Entretanto, atualmente as mulheres estão mais organizadas, lutando por direitos que trazem qualidade de vida para todos. Dados do IBGE revelam que o universo feminino rural é constituído por 4,1 milhões de trabalhadoras na agricultura famíliar do país, 600 mil delas são responsáveis por estabelecimentos agropecuários. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que as mulheres sejam responsáveis por mais de 50% da produção mundial de alimentos, contribuindo para a profissionalização dessas trabalhadoras que não se denominam mais como sendo do lar e sim agricultoras.
Na história a luta cotidiana das mulheres agricultoras é baseada no envolvimento que elas têm com a terra, perpassando a mera compreensão do plantar e colher. As mulheres do Assentamento Mariana lutam para se desenvolver enquanto agricultoras, mulheres e cidadãs. Atuam como membros da Associação do Assentamento, se capacitam em diversas áreas do conhecimento, voltaram para as salas de aula, comercializam os produtos nas feiras da capital do Estado, colhem e processam frutos do cerrado para o sustento das famílias, pode-se encontrá-las cuidando das abelhas criadas no cerrado extraindo o mel natural para consumo, tornando-as verdadeiras pesquisadoras populares. São fruticultoras, primam pela sustentabilidade, sem usar agrotóxicos ou devastar o meio ambiente, se preocupam com o aproveitamento, são conhecedoras de sementes, seja para o cultivo ou para conservação, criam galinha caipira melhorada e vivenciam o sistema agroflorestal.
Pesquisas apontam que as mulheres agricultoras têm ainda um longo caminho a percorrer, não para serem iguais ou superiores aos homens, mas para poderem erguer uma bandeira de vitória enquanto sujeitos de sua própria história. Trabalhadoras reconhecidas perante os olhos de quem têm sensibilidade, enquanto isso no Assentamento Mariana as mulheres continuam gerando filhos, amamentando, educando-os e cultivando as terras, mas a determinação de algumas irá contagiar outras e serão ainda reconhecidas pelas suas capacidades, dependendo delas não só a continuação da espécie humana, mas a perpetuação das sementes que brotam da terra a cada estação.
A Professora Dra Conceição Previero coordenadora do projeto relata "que é impossível não se envolver e participar das práticas desenvolvidas por essas mulheres, considerando os cinco anos de convívio e trabalhos realizados na comunidade. Ontem, por exemplo, fizeram arranjos com flores tropicais cultivadas por elas para enfeitar o ambiente da reunião, reforçando as suas presenças com práticas singelas e de feminilidade".
Previero afirma ainda que "retratá-las e descrevê-las torna-se ínfimo diante das grandezas das suas lutas e fala de um verso da poetisa Cora Coralina para simbolizá-las. .Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores...
Confira fotos abaixo.
Projeto
O projeto "Sementes de milho crioulo: resgate, propagação e criação de banco de sementes, em Palmas - TO", tendo como objetivos: Promover o resgate e a propagação de sementes de milho crioulo, no Assentamento Mariana, em Palmas, Tocantins; Incentivar o agricultor a ser multiplicador e guardião de sementes de milho crioulo; Criar o primeiro Banco de Sementes do Estado do Tocantins; Valorizar o saber popular do agricultor. O projeto é executado pelo CEULP/ULBRA e parceiros, fomentado pelo CNPq e coordenado pela professora Drª Conceição Aparecida Previero, do qual participam 10 bolsistas, nas diferentes áreas de Ciências Biológicas, Agrárias e Sociais Aplicadas, caracterizando a multidisciplinaridade.
http://ulbra-to.br/galeria/2013/03/07/Projeto-de-Pesquisa-homenageia-as-mulheres-agricultoras-do-Assentamento-Mariana
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