Vale e Petrobrás fecham acordo para produção de potássio
Um contrato para exploração de potássio em Sergipe, assinado ontem pelas empresas Vale e Petrobrás, no município Rosário do Catete, a 37 km de Aracaju, com investimentos previstos de US$ 4 bilhões, foi comemorado pela presidente Dilma Rousseff como 'um acordo virtuoso'.
Fruto de negociações que se arrastaram por cerca de cinco anos, o contrato, válido por 30 anos e que havia sido acertado em fevereiro, vai tornar realidade o Projeto Carnalita, que prevê a produção de potássio com o uso desse mineral. A expectativa é que o projeto adicione um volume anual de 1,2 milhão de toneladas à produção de potássio em Sergipe, permitindo ao País uma economia de US$ 17 bilhões em divisas ao longo de 30 anos. Hoje, o País importa 70% dos fertilizantes e 90% do potássio - uma das matérias-primas dos fertilizantes - que usa.
A Petrobrás é detentora legal da jazida de carnalita e a Vale vai explorar o minério. Atualmente, a Vale já explora em Sergipe minas de silvinita, que devem estar exauridas até 2015. A produção do potássio com base na carnalita deve ter início em 2016. Com o acordo, Sergipe se consolida como o maior produtor de fertilizantes do País.
'Somos importadores, dependentes de fertilizantes, mas não devíamos, porque somos um país com recursos naturais diversificados', destacou a presidente em seu discurso, quando disse que os dois desafios do século 21 são energia e alimentos. 'Este é um momento estratégico para o País, porque o fertilizante é crucial para a segurança alimentar.'
Segundo Dilma, o Brasil vem conquistando sua autossuficiência em petróleo e descobriu o pré-sal. 'Hoje, somos grande potência energética e vamos nos tornar exportadores', afirmou. 'O petróleo é essencial porque ainda será por algumas décadas a grande energia que movimentará as economias'. Em relação aos alimentos, ela destacou que o Brasil é 'um dos maiores do mundo em capacidade de produção de alimento por hectare'.
A presidente disse ainda ser importante que o Brasil seja hoje a sexta nação do mundo do ponto de vista da economia. 'Mas o que queremos é que o Brasil seja a sexta sociedade em condições de vida da população brasileira. Isso significa trabalho decente, acesso à educação de qualidade.'
Estiveram presentes à solenidade os ministros do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, do Planejamento, Miriam Belchior, e das Minas e Energia, Edson Lobão, além dos presidentes da Petrobrás, Maria das Graças Foster, e da Vale, Murilo Ferreira. O governador de Sergipe, Marcelo Deda, apontado como um dos responsáveis pelo fechamento do acordo, comemorou: 'É um investimento equivalente a duas montadoras'.
Fonte: Mining.com
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