Projeto Carnalita garante produção de potássio por 30 anos
ROSARIO DO CATETE (SE) - Um contrato para exploração de potássio em Sergipe, assinado nesta segunda-feira, 23, pelas empresas Vale e Petrobrás, no município Rosário do Catete, a 37 quilômetros de Aracaju, com investimentos previstos de US$ 4 bilhões, foi comemorado pela presidente Dilma Rousseff como 'um acordo virtuoso'.
Fruto de negociações que se arrastaram por cerca de cinco anos, o contrato vai tornar realidade o Projeto Carnalita, que prevê a produção de potássio a partir desse mineral. A expectativa é que o projeto adicione um volume anual de 1,2 milhões de toneladas à produção de potássio em Sergipe, permitindo ao País uma economia de US$ 17 bilhões em divisas ao longo de 30 anos - período em que as minas de carnalita, a maior planta de extração de potássio no Brasil, serão exploradas. Hoje, o Brasil importa 70% dos fertilizantes que utiliza e 90% do potássio - um dos componentes de fertilizantes.
A Petrobrás é detentora legal da jazida de carnalita e a Vale vai explorar o minério. Atualmente, a Vale explora no Estado minas de silvinita, que devem estar exauridas até 2015. A produção do potássio a partir da carnalita deve ter início em 2016. Na fase de instalação da usina deverão ser contratados quatro mil trabalhadores diretos. Na operação, serão 700. Com o acordo, Sergipe se consolida como o maior produtor de fertilizantes do País.
'Somos importadores, dependentes de fertilizantes, mas não devíamos, porque somos um país com recursos naturais diversificados', destacou a presidente em seu discurso, quando disse que os dois desafios do século XXI são energia e alimento. 'Este é um momento estratégico para o País porque o fertilizante é crucial para a segurança alimentar', afirmou, ao se referir ao contrato assinado.
Segundo Dilma, o Brasil vem conquistando sua autossuficiência do petróleo e descobriu o pré-sal. 'Hoje somos grande potência energética e vamos nos tornar exportadores', afirmou. 'O petróleo é essencial porque ainda será por algumas décadas a grande energia que movimentará as economias, garantirá as condições básicas para o país se desenvolver'. Em relação aos alimentos, ela destacou sermos 'um dos maiores do mundo em capacidade de produção de alimento por hectare.
No seu discurso, a presidente disse ainda ser importante que o Brasil seja hoje a sexta nação do mundo do ponto de vista da economia. 'Mas o que queremos é que o Brasil seja a sexta sociedade em condições de vida da população brasileira. Isso significa trabalho decente, acesso à educação de qualidade', disse ela. 'Ao lado do bolsa família, temos que dar conta simultaneamente de aumentar a oportunidade de trabalho e melhorar a qualificação do trabalhador com escolas profissionalizantes', defendeu. 'O Brasil está fazendo esforço'.
Estiveram presentes à solenidade os ministros do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, do Planejamento Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, e das Minas e Energia, Edson Lobão, além dos presidentes da Petrobras, Maria das Graças Foster, e da Vale, Murilo Ferreira.
O governador de Sergipe, Marcelo Deda, apontado como um dos responsáveis pelo fechamento do acordo, comemorou: 'é um investimento equivalente a duas montadoras'.
Fonte: Mining.com
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