Milho Criolo é foco de pesquisa no Assentamento Mariana

A poetisa Cora Coralina descreveu o milho como "sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres". Hoje, a cultura do milho ocupa um segmento de grande importância no Brasil e no mundo sob o ponto de vista tecnológico, social e econômico. Parte do cultivo do milho nacional, normalmente, objetiva atender às necessidades da propriedade. Esta característica de lavoura de subsistência persiste até hoje em muitas regiões, onde é utilizado na alimentação de animais domésticos, na alimentação do agricultor e como semente.
Durante décadas e até recentemente, acreditava-se que a hibridação (cruzamento) era o método mais eficaz de melhoramento genético de milho para o aumento da produtividade. Hoje, já se sabe que existe a possibilidade de obtenção de milho variedade, também conhecido por milho crioulo, tão produtivo quanto ao milho híbrido. Além do que as variedades apresentam algumas vantagens: Elas são muito rústicas, toleram bastante as condições adversas do ambiente; adaptáveis às diversas condições de clima e solo; podem ser plantadas tanto no verão quanto na safrinha; produzem tanto grãos como silagem; apresentam tolerância às principais doenças do milho; suas sementes são mais baratas que as dos híbridos.
O resgate de sementes de milho crioulo tem sido uma prática nas diferentes regiões do país, principalmente nas comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, associações). Com esse mesmo olhar, está sendo desenvolvido no Assentamento Mariana, em Palmas/TO o projeto "Sementes de milho crioulo: resgate, propagação e criação de banco de sementes, em Palmas - TO", executado pelo CEULP/ULBRA e parceiros, fomentado pelo CNPq e coordenado pela professora Drª Conceição Aparecida Previero, do qual participam 15 bolsistas, nas diferentes áreas de conhecimento, caracterizando a multidisciplinaridade.
Espera-se com as pesquisas desenvolvidas recomendar três materiais genéticos com melhor adaptação e produção nas condições de Palmas, Tocantins; incentivar os agricultores e agricultores a serem multiplicadores e guardiões de sementes de milho crioulo, para diminuição da dependência da compra de sementes e que haja uma recuperação de práticas e rituais relacionados ao plantio e a colheita.
Nas unidades demonstrativas instaladas no Assentamento Mariana e no experimento instalado para predizer a armazenabilidade das sementes de milho crioulo, no Laboratório de Pós-colheita de Produtos Agrícolas, do CEULP/ULBRA estão sendo utilizadas sementes desenvolvidas pela Secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA. São seis variedades (BRS Sol da Manhã, BRS Saracura, BR 473, AL Bandeirante, AL Avaré e CATIVERDE 02) e um híbrido (BRA 3010).
A vocação para o sustento dos povos acompanha o milho desde os primeiros tempos e está cada vez mais atual. O crescimento populacional e a competição econômica colocam sobre seus grãos uma boa parte da responsabilidade pelo bem-estar de todos. Em outras épocas, o milho ajudou a erguer civilizações. Hoje, pode ser um aliado na guerra contra a fome e a desnutrição.
http://ulbra-to.br/galeria/2011/11/24/Pesquisa-sementes-milho-criolo
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