O tema da XI Jornada Científica do CEULP/ULBRA, "Sabedoria e Ciência Popular", apresenta como proposta reforçar a identidade existente nas experiências, gestos de solidariedade e costumes das várias formas de manifestações da cultura brasileira e sabedoria popular existentes em todo o nosso país. O evento, que começa suas atividades nesta quarta-feira (21), com abertura às 19h30 no auditório central do CEULP, busca levantar as características científicas das práticas populares, o que muitas vezes não é percebido por ser considerado cotidiano.

Na noite da abertura, os destaques ficam por conta da apresentação dos músicos da Comunidade Mumbuca - TO, Maurício e Arnon Ribeiro, que foram reconhecidos por apresentar canções tradicionais melodiadas por violas feitas de buriti.  A dupla participou do Festival Nacional de Viola (Voa Viola) em Belo Horizonte- MG, ficando entre os finalistas. Ainda compondo a noite da abertura, a Coordenadora Geral do Programa de Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (CNPq), Dra Maria Ângela Cunico, ministrará a palestra que leva como nome o tema da Jornada - "Sabedoria e Ciência Popular".

Segundo a professora Conceição Aparecida Previero, Coordenadora de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão do CEULP, "o tema da Jornada está envolvido em nossas vidas de uma forma muito maior do que pensamos, pois todos nós carregamos em nossas práticas algo da nossa cultura. O evento é uma forma de divulgar sabedoria popular praticada pela nossa população, sejam elas comunidades isoladas, quilombolas ou indígenas", comenta a professora.

Como diferencial desta edição, as oficinas trazem temas que discutem elementos fortes da nossa cultura, como música, tradição e literatura. A professora Fátima Medina, uma das ministrantes das oficinas, comenta que "o fazer da pesquisa deve partir da teoria para a prática, e a parte prática da pesquisa está ligada aos fenômenos que muitas vezes estão ligados a pessoas que sem teoria sabem fazer", explica Medina. Desta forma, as oficinas garantem aos participantes a prática da ciência popular.

Os interessados em participar podem se inscrever por meio do site da Jornada http://ulbra-to.br/jornada/2011/05/27/Inscricoes . Inscrições até o dia 21, ou na abertura do evento.

• Devocional
• Apresentações Culturais
  • Coral CEULP/ULBRA
  • Músicos da comunidade Mumbuca (Jalapão)
• Palestra: Ciência e sabedoria popular
  • Palestrante: Professora Dra Maria Ângela Cunico - Coordenadora Geral do Programa de Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas - CNPq

• Apresentação dos trabalhos científicos

• Oficinas

Ministrante: Professora Dra Conceição Aparecida Previero

Local: Clube da ULBRA

Abordagem: O pequi (Caryocar brasiliensis) que carrega na cor e no nome a brasilidade do Cerrado tocantinense será o principal ingrediente da oficina, que serão abordados conceitos técnicos e científicos da espécie, a sua importância econômica e social, o seu valor cultural, a sua popularidade em ser afrodisíaco, a elaboração de conserva do fruto e a degustação de prato elaborado com o ouro do cerrado.  Esta troca de sabores e conhecimentos será a marca da oficina que une sabedoria popular, gastronomia e ciência, valorizando os nossos ingredientes regionais.

Público-alvo: público em geral.

Ministrante: Professora Esp. Maria Aparecida da Rocha Medina

Local: CEULP/ULBRA

Abordagem: As festas, a língua, a educação e os rituais serão abordados na oficina como um conjunto de ações simbólicas que compõem a cosmologia indígena, rica de saberes e significados. Seja pela objetividade da ciência ou pela subjetividade das culturas tradicionais, é importante que a sociedade dominante conheça as técnicas, os saberes, a organização social e as formas como esses povos se relacionam entre si e com a natureza. Isso ajuda na compreensão de que os conhecimentos tradicionais desenvolvidos pelos ancestrais podem ser estudados, difundidos e valorizados por todos, inclusive pela ciência.

Público-alvo: público em geral.

Ministrantes: Músicos da comunidade Mumbuca: Maurício Ribeiro da Silva e Arnon Ribeiro Tavares/ Professora Dra Maria de Fátima Rocha Medina

Local: CEULP/ULBRA

Abordagem: Extraída do buriti, palmeira nativa e abundante também no Jalapão, a violinha de vereda tem a marca da terra e da sabedoria sertaneja. Os sons que dela saem evocam a grandiosidade e a beleza da gente que consegue fazer arte com materiais simples e autossustentáveis. Durante a oficina, enquanto hastes de buriti e fios de nylon se transformam em instrumento musical, é possível compartilhar a alegria e o ritmo tão peculiares dos músicos-artesãos, como também bater um papo sobre a história da violinha e da Comunidade onde ela ecoa.

Público-alvo: público em geral.

Ministrante: Professora Msc. Suyene Monteiro da Rocha

Local: CEULP/ULBRA

Abordagem: O conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético é parte integrante do patrimônio cultural brasileiro. O Estado assim procede por reconhecer a importância dos saberes seculares que essas comunidades possuem e transmitem aos seus descendentes. Ao buscar situar questão indígena logo vem a mente um grupo de indivíduos que estão sob a chancela do Estado, que possuem os seus direitos tutelados por esse, bem como a defesa deles caso haja violação. Mas há que se ressaltar a importância do saber tradicional para a indústria de fármaco e cosmético ante ao discurso de "empresa ecologicamente responsável."

Público-alvo: público em geral.

Ministrante: Professor Dr. Washington Luiz Carvalho Lima

Local: Mini-auditório

Abordagem: São muitas a crenças populares a respeito da influência dos astros na vida humana. É comum se ouvir afirmações tais como: "nascem mais bebês nos dias de mudança de lua".  Nesta oficina serão abordadas estas e outras crenças populares, confrontando com estudos científicos, discutidos à luz de conhecimentos básicos de física clássica e astronomia se, como e quais astros interagem de forma expressiva em processos do planeta terra.

Público alvo: público em geral.

Ministrante: Professora Esp. Valquíria de Lima Maranhão

Local: Mini-auditório

Abordagem: A literatura de cordel proporciona alegria e encanto, por apresentar a poesia popular de forma criativa, humorística e reflexiva. A escuta e a leitura dos folhetins, oportunizam o desenvolvimento da imaginação, da emoção, da expressão e do movimento, fatores importantíssimos no processo da aprendizagem.O objetivo da oficina é despertar e/ou aguçar o potencial artístico dos participantes, de forma a provocar neles a curiosidade e o desejo de ouvir, ler e declamar cordéis.

Público alvo: público em geral.

Ministrante: Marli Liebelt Prestes de Oliveira - Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas)

Local: Laboratório de Pós-colheita de Produtos Agrícolas - CEULP/ULBRA

Abordagem: Repasse de informações sobre a utilização de plantas medicinais e formas de preparo e uso de remédios caseiros.Identificação correta das plantas medicinais (plantas tóxicas).Formulário.Troca de conhecimento.

Público alvo: público em geral.

• Premiação da Jornada