O curso de Comunicação Social iniciou ontem, com uma palestra do presidente eleito do Sindicato dos Jornalistas do Tocantins, Júnior Veras, as atividades da Semana do Jornalismo. Conforme o coordenador do curso, professor Luiz Gonzaga Capaverde, cada dia dessa semana, com exceção de quinta e sábado - dias de provas - um palestrante convidado falará para os alunos da habilitação em Jornalismo. Nessa terça-feira, 8, será a vez da gerente de rádio-jornalismo da rádio Palmas FM, Maria Helena Mourão.

O novo presidente do sindicato dos Jornalistas, defendeu a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, temporariamente caçado por liminar. Veras convocou os alunos a se mobilizarem para a volta da obrigatoriedade da formação em curso superior. Também falou aos estudantes sobre a realidade do mercado e as perspectivas que oferece para os alunos do CEULP/ULBRA.

Leia abaixo texto de autoria de Veras, que foi publicado no imprensa da capital no Dia do Jornalista, oficialmente comemorado ontem, 7.

A responsabilidade de ser jornalista

Júnior Veras

É Presidente eleito do Sindicato dos

Jornalistas do Tocantins e Coordenador de Comunicação do Sistema Fieto

Nesta segunda-feira comemora-se o dia do jornalista e isto suscita-me uma dúvida: há o que comemorar? Senão vejamos. Vivemos um momento em que o trabalho do jornalista nunca foi tão imediatamente importante para a informação e a formação de opinião, como no tenebroso espetáculo da guerra, transmitido e narrado ao vivo para todo o planeta. Jornalistas arriscam-se e muitos já perderam a vida naquela que é a grande frente de batalha desses profissionais: divulgar os fatos, levar a verdade a quem de direito, o público.

Agora voltemo-nos à nossa realidade mais próxima que é a atuação dos profissionais de jornalismo aqui no Tocantins nos tempos atuais em que, a cada semestre, as faculdades já estão liberando para o mercado dezenas - e o número será cada vez maior - de recém-formados. Qual será a capacitação desses garotos e garotas para o exercício da profissão?

Não vivemos mais na era do jornalismo romântico em que grandes pautas eram discutidas e decididas em mesas de botequim e as redações recendiam a fumaça e cheiro de cigarro. Nem mesmo Mac Luhan, quando criou o conceito de "mass media" imaginou que a comunicação de massa tomasse tais proporções e tal imediatismo no mundo moderno, com um mercado cada vez mais competitivo em que a formação acadêmica fundamental já não é mais suficiente para garantir uma vaga - mesmo havendo quem defenda sua não necessidade.

A qualidade do que se transmite à sociedade sempre foi, ainda é e sempre deverá ser a preocupação maior de todo profissional de comunicação. Falando ainda de nossa realidade mais próxima, reportemo-nos ao trabalho da imprensa no Tocantins há cerca de dez, oito anos e veremos que houve um retrocesso. A qualidade do que se fazia então era melhor do que se faz hoje. Talvez isso ocorra devido à produção em série de comunicadores, talvez pelo monopólio dos meios de comunicação ou mesmo pelos baixos salários pagos aos profissionais.

Sejam quais forem as causas, é hora da categoria se unir em torno da idéia de mudar essa circunstância quanto ao que se leva à sociedade, tanto no que toca à responsabilidade maior do profissional de jornalismo - a verdade - quanto na contribuição em forma de se tentar imbuir nos detentores do poder público e econômico, a consciência de que credibilidade só se obtém com transparência.

Já temos profissionais em número suficiente para termos no Tocantins um Sindicato de fato representativo, que ofereça a seus filiados possibilidades de qualificação e atualização profissional exigidas pelos dias atuais, sem antagonismos, mas numa verdadeira parceria, em que o objetivo maior seja prestar serviço de qualidade