E o professor mestre Evandro Brandão Barbosa, do quadro de docentes do Centro Universitário Luterano de Manaus, participou este mês, da "XV Jornadas Técnico-Cientificas" na Angola. O evento teve como tema principal "A Industrialização no Actual Contexto de Desenvolvimento de Angola". Confira o que aconteceu por lá!

O contexto actual de Angola é de efervescência de ideias, urgência de desenvolvimento e necessidade de comedimento e ponderação nas tomadas de decisões, sejam elas políticas, económicas ou sociais. Tudo isso porque, o contexto actual é de transição socioeconómica. Foi nesse clima de busca de ideias e de criação de estratégias para vencer os obstáculos construídos ao longo de dezenove anos (1992-2011) de história do país, que a Fundação Eduardo dos Santos -- FESA -- realizou as suas XV Jornadas Técnico-Científicas, no período de 20 a 23 de setembro, na Assembleia Nacional em Luanda; nesse evento foram proferidas palestras sobre variados temas, cujo foco principal foi "a industrialização no actual contexto de desenvolvimento de Angola".

Os objectivos das XV Jornadas Técnico-Científicas da FESA foram atingidos, pois ao reunir em um mesmo evento palestrantes do Brasil, Angola, Reino Unido, Canadá, Portugal, África do Sul, Noruega, Espanha e Alemanha, a FESA proporcionou aos angolanos presentes ao evento a oportunidade de conhecer os desafios, os riscos, os lucros, as responsabilidades e os preços a serem pagos quando um país opta pela industrialização. Todos os palestrantes apresentaram seus temas sem qualquer tipo de imposição teórica e também sem afirmar que se tratavam de soluções para o desenvolvimento de Angola, mas como contributos a serem analisados pelos tomadores de decisão de Angola, quando serão consideradas as características culturais, económicas, sociais e políticas de Angola, para assim serem traçados os planejamentos estratégicos para as áreas de interesse em industrialização.

Aqueles que participaram das XV Jornadas da FESA, aprenderam que um país deve evitar a venda ou a exportação dos seus recursos naturais sem acrescentar-lhes valor. Assim, é importante que os recursos naturais de um país sejam extraídos e depois de trabalhar esses recursos e criar o valor acrescentado é que os produtos finais devem ser vendidos nos mercados interno e externo, pois os lucros serão sempre maiores. Aprenderam também que o valor acrescentado é o resultado do valor de venda menos o custo médio da produção do produto final.

Por outro lado, ficou claro na fala dos palestrantes que a educação e a formação profissional das pessoas de um país são fundamentais para que um país possa gerir um processo de industrialização, porque novas relações técnicas, tecnológicas e de trabalho serão desenvolvidas a partir do momento do início da industrialização. E, se não houverem quadros educados e com formação profissional adequadas, a industrialização não promoverá quantidade significativa de empregos para os habitantes do país, por escassez de qualificação humana e baixa qualificação profissional. Nesse sentido, as XV Jornadas Técnico-Científicas da FESA apontaram para a necessidade de transformar os recursos humanos, que em Angola existe em grande quantidade, em capital humano, através do investimento nos processos de educação e na busca da excelência na profissionalização dos angolanos. Igualmente, as vantagens comparativas de um país em relação a outros devem ser estrategicamente trabalhadas para serem transformadas em vantagens competitivas; e uma das maneiras de proceder esse trabalho é criar valor acrescentado aos produtos finais antes de vendê-los dentro ou fora do país.