Diversidade, inclusão e inovação
Ulbra inaugura espaço para mulheres indígenas dentro do campus Manaus
Inauguração ocorreu no Dia Internacional da Mulher
Sabrina Vilhena, 30 anos, estudante de Enfermagem da Ulbra, é uma das universitárias indígenas (etnia Mura) que percorrem todos os dias diversos quilômetros até a Universidade. A perseverança vem da expectativa de poder realizar o sonho da mãe e de tantas outras meninas da comunidade Murutinga (108 km de Manaus). Sabrina é a primeira integrante da sua aldeia a entrar em uma universidade. "Sou uma mulher indígena que sabe aonde pode chegar, apesar dos inúmeros preconceitos. Para mim, estudar é um privilégio que muitas outras não tiveram, e sinto que aqui consigo cultivar minha cultura e manter a minha identidade. Acho, inclusive, que este é um diferencial que muito me orgulha", disse a universitária.
UMA MALOCA NO MEIO DA UNIVERSIDADE?
O espaço de 60 m² foi construído entre os blocos centrais, próximo às salas de aula, depois que a Reitoria da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) percebeu a quantidade de alunos indígenas no campus, e que era necessária uma atenção especial. "Diversas etnias estão dentro da academia e o nosso objetivo é fazer com que essas pessoas se sintam acolhidas; em especial, as mulheres, que nesse espaço podem, agora, desenvolver suas habilidades com artesanato, por exemplo. Para nós, esse é o papel da Universidade", afirmou o reitor da Ulbra, Dr. Evandro Brandão.
As mulheres de etnia Mura, que moram no Parque das Tribos, foram até o centro de educação para integrarem a programação com danças e a oferta de alimentos que carregam a ancestralidade do povo amazônida. "É importante que as mulheres da cidade entendam que estamos na mesma luta, e que, desde as guerreiras Amazonas, o nosso povo tem muito a ensinar sobre força e representatividade", afirmou a líder comunitária Maira Bello. Segundo o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000 existiam 4.397 indígenas matriculados nas universidades; nas últimas duas décadas, um crescimento expressivo foi observado, chegando a 72 mil indígenas matriculados em 2019, de acordo com o Censo da Educação Superior (CenSup). A antropóloga Antonella Tassinari ressaltou que 72% dos indígenas estudam em universidades privadas, por diversos fatores, entre eles a burocracia dos funis de ingresso.
Confira a reportagem aqui: https://www.youtube.com/watch?v=tQt61QrBuEY
Para quem assistiu ao espetáculo de cultura, o Dia Internacional da Mulher ganhou um novo significado, como foi destacado pela estudante de Direito Ana Melo: "Sinto a força dessas mulheres como a força da natureza, todas nascemos de alguém e geramos alguém. Por isso, ter esse espaço dentro da Universidade nos faz pensar sobre as histórias e coisas que realmente importam na vida".
UM REFÚGIO DE PORTAS ABERTAS
O Espaço Transcultural Amazônida fica aberto de segunda a sexta-feira das 9h às 22h, e nos sábados das 9h às 12h, entre os blocos C e D da Ulbra. A entrada é gratuita.
Erick Valente; Jorn.2023- AM
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