16/10/2012 22:43
- ULBRA GUAíBA
ELEIÇÕES
O Brasil está vivendo um período de ressaca, que resulta do processo eleitoral nacional. Todos os municípios brasileiros elegeram no último dia 07 de outubro, do corrente ano, seu prefeito e vice e sua câmara de vereadores. Nas capitais e cidades mais populosas haverá segundo turno, no caso dos candidatos não terem sido eleitos já no primeiro turno.
O que se viu pela televisão, jornais e mídias em geral, foi campanhas de todo o tipo, desde as mais sérias e comportadas até as mais ousadas e despretensiosas. Sabidamente, alguns brasileiros durante o horário eleitoral desligaram seus aparelhos de TV ou rádio, para não ver e ouvir o que cada candidato tinha a dizer. Como resultado de tal alienação, em diversos municípios foram eleitos candidatos, que nunca foram vistos ou ouvidos, mas que por falta de opção foram votados. Tal afirmação vale tanto para os prefeitos e vices, como para os vereadores.
O lamentável de tal posicionamento e compreensão dos eleitos acredita-se, que se deve ao fato do Brasil ter pouco tempo de democracia. Se observarmos a nossa história e retomarmos aquilo que aprendemos na escola, percebe-se que tivemos grandes períodos de governos ditatoriais, sejam eles civis ou militares, e pouco, muito pouco mesmo, de períodos de liberdade democrática. O último período de ditadura é muito recente, teve seu início em 1964 e seu final em 1985. Isso nos aponta que desde a data de 1985, nos últimos 15 anos do século XX e nos 12 primeiros anos do século XXI, temos uma geração livre e liberada, no sentido de que pelo fim da ditadura, de certo modo nos libertamos de todo e qualquer cuidado com a disciplina cívica e moral. Tal processo é compreensível, pois toda a mudança exige tempo para ser absorvida e reconstruída, principalmente quando se trata de um país com dimensões continentais.
Nesse período de 27 anos tivemos eleições livre e diretas, que resultaram na escolha de presidentes, que tiveram o papel de mostrar aos brasileiros o significado da democracia, e tal façanha não se realiza de um dia para outro, leva décadas. Nesse ínterim, tivemos "impeachment" de um Presidente da República, tivemos a eleição de um operário, pouco escolarizado, e pela primeira vez, uma mulher na Presidência da Nação.
Durante todo este período, uma nova geração assume o papel de eleitor, uma geração sem vícios da política caudilhesca, que durante anos pairou em nosso estado, mas ao mesmo tempo uma geração que vive sob a égide da corrupção e da violência. Essa geração acompanhou fraudes e compra de votos. E esta mesma geração decidiu o pleito em todas as cidades brasileiras, indicando novos e mantendo outros, com uma única intenção -- vencer os preconceitos, os vícios, os desmandos -- e mostrar que é possível, entre tantos desencantos, acreditar na ferramenta mais democrática, que possui um país livre e soberano, o VOTO.
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