Os cursos de Psicologia e de Enfermagem da ULBRA Gravataí promoveram na última quinta-feira (03.04), o painel Bioética e Espiritualidade. O evento realizado no auditório teve como palestrante o capelão do campus, pastor Rafael Nerbas, que apresentou as relações entre a fé cristã e a medicina. A atividade fez parte da disciplina de Saúde, Bioética e Sociedade ministrada pelas professoras Íride Caberlon, da Enfermagem, e Claudete Reichert, da Psicologia.

O painel teve início com uma contextualização sobre o conceito de bioética e as primeiras discussões a respeito do tema. “O médico e teólogo Albert Schweitzer, em uma palestra proferida em 1923, mas publicada apenas em 1936, foi quem introduziu a discussão da sacralidade da vida em todas as suas dimensões”, explicou o pastor Rafael. “Já o pastor luterano Fritz Jahr foi, possivelmente, o primeiro a utilizar a palavra bioética, em 1927, quando propôs a ampliação da noção dos deveres dos seres humanos para com outros seres humanos, animais e plantas”, completou.

Em relação a temas controversos, como a reprodução humana assistida, aborto, fertilização e pesquisas com células tronco, o pastor Rafael lembrou que a Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, regulamenta a pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil. “Um dos artigos diz que devem ser respeitados os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos, bem como os hábitos e costumes quando as pesquisas envolverem comunidades”, ressaltou.

Sobre o embate entre religiosos e cientistas, o palestrante destacou que existem comitês de bioética que já contam com teólogos e representantes de diversas religiões. “É preciso ser menos radical e mais aberto ao diálogo. Quando a ignorância e a intolerância estão presentes, os argumentos religiosos e científicos são impostos e o assunto não é debatido como deveria”, declarou.

O capelão da ULBRA Gravataí encerrou o painel Bioética e Espiritualidade com a citação do teólogo Euler Westphal. “Uma importante contribuição da igreja cristã para a Bioética é resgatar a dignidade da vida humana e da criação, pois elas são dádivas de Deus”, salientou.

Participaram da atividade alunos e professores do campus, além do capelão da ULBRA Porto Alegre, Vilson Regina.