Entre os dias 19 e 21 de fevereiro, o professor da ULBRA Gravataí, David Cafruni, participou de visitas e reuniões técnicas no arquipélago de Fernando de Noronha. A iniciativa foi um convite do Governo de Pernambuco e teve o objetivo de apresentar a estação de triagem de resíduos sólidos e o maior sistema de dessalinização da água do mar para abastecimento humano do Brasil. Um dos destaques da programação foi a instalação da primeira Usina em Energia Solar Fotovoltaica do país.

De acordo com Cafruni, as obras do sistema que converte a radiação solar em energia elétrica ocorrem em parceria com a Aeronáutica e a usina deve gerar 777 mW/ano, o que corresponde a 6% do consumo da região. Com expectativa de vida útil de 25 anos, a nova unidade geradora de energia renovável integrará o sistema elétrico da ilha juntamente com a usina solar. Os painéis fotovoltaicos serão instalados em uma área de concreto de seis mil metros quadrados utilizada, no passado, para a captação de águas pluviais.

O comandante interino do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo, Ney Rodrigues, que acompanhou a visita do professor Cafruni, destacou a necessidade de buscar fontes renováveis em energia, pois a demanda em energia elétrica de Fernando de Noronha é atendida atualmente por uma usina termelétrica. “No ano passado, o consumo em diesel ultrapassou os 3,8 milhões de litros. Para solucionar esse problema, foi assinado um convênio entre a Aeronáutica e a Companhia Energética de Pernambuco que prevê a diminuição em até 10% do consumo anual do combustível” esclareceu.

No Parque Nacional Marinho, Cafruni participou de reunião com o chefe do Parque, Ricardo Araújo, que apresentou os desafios na gestão e fiscalização ambiental. Araújo enfatizou que há ações visando o manejo da espécie Leucena, considerada exótica na ilha e a confecção de folheterias visando ampliar os projetos socioambientais. Na ocasião, Araújo repassou a Cafruni exemplares de materiais institucionais que serão destinados à Biblioteca da ULBRA Gravataí.

Na Estação de Dessalinização da Companhia Pernambucana de Saneamento, Cafruni acompanhou o sistema que atende cerca de 90% do abastecimento de água potável de Fernando de Noronha. “Um dos graves problemas da ilha estava relacionado ao racionamento de água, pois há apenas um açude que não comporta a demanda. Com a instalação da Estação, a ilha não corre o risco da falta de abastecimento de água”, explicou.

A instalação do maior sistema de tratamento de água do mar em operação no país, composto de quatro dessalinizadores, tornou a ilha autossuficiente em produção de água. Orçado em R$ 2,5 milhões, o equipamento opera plenamente desde agosto de 2011 e garante o abastecimento de todos os habitantes a partir da água do mar, que tem boa parte do sal retirado para se tornar potável.