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Acadêmica é destaque no Concurso de Crônicas da ULBRA
Caroline Evans ficou em 3° lugar com o tema preconceito
Com o texto Somos Família, que aborda o tema do preconceito, a acadêmica do curso de Direito da ULBRA Gravataí, Caroline Evans, 23 anos, conquistou o 3º lugar no Concurso de Crônicas da ULBRA. Como premiação, a aluna receberá o valor de R$ 150,00 em crédito da loja de departamentos FNAC.
Concorrendo com colaboradores e alunos do ensino presencial e a distância em níveis de graduação e pós-graduação das unidades de ensino superior da ULBRA em todo o Brasil, a crônica de Caroline narra a história de um adolescente que é discriminada por ter uma família diferente da usual. A inspiração surgiu em uma palestra do curso de Direito que abordou o preconceito na sociedade. “É a primeira vez que eu participo de um concurso e fiquei surpresa de ter ganho o prêmio. Estou muito contente porque realmente não esperava ganhar”, declarou a aluna, que ficou sabendo do concurso através de uma amiga do curso de Serviço Social da ULBRA Canoas.
Carol Evans, como é conhecida entre os colegas, também possui um site literário, junto com mais quatro estudantes do Brasil, onde faz resenhas de livros (www.some-fantastic-books.com). Recentemente, a acadêmica teve um de seus textos incluídos no livro Sonhos Lúcidos (Editora Andross), uma coletânea de contos fantásticos de escritores em início de carreira.
O Concurso de Crônicas é uma realização da Coordenadoria de Cultura da ULBRA que tem como objetivo sensibilizar estudantes do ensino superior para a produção, criação e leitura de crônicas, diversificar as experiências de escrita de modo a desenvolver a sensibilidade, estética e a imaginação e também valorizar talentos.
Somos família.
Tudo poderia ter sido evitado se nosso mundo atual não fosse preconceituoso com o que desconhecem.
Talvez se estivéssemos em um universo diferente eu não teria surtado e não estaria escrevendo essa história em uma cela na área psiquiátrica desse local esquecido, mas é a única forma de me sentir mais eu e menos o louco preso aqui dentro.
Meus pais não eram um casal, eu tinha dois pais e uma mãe. Eu tenho, e ainda tenho, preciso me lembrar disso. Em nosso país preconceituoso desde que somos criança ouvimos como isso é errado, que isso não é família, que família é um casal com homem e mulher. Mas eu sabia mais, éramos família. Somos família.
Não sei descrever aquele dia, era somente uma palestra na escola de uma professora convidada. Ela resolveu mudar de assunto. Falar sobre família. De acordo com ela famílias como a minha eram monstruosidades da natureza, uma em que não se sabia nem quem era o pai.
Ouvia os risos ao redor. Meus colegas sempre rindo, rindo e rindo. A voz dela de fundo, cada vez mais animada destilando seu veneno.
Me senti perdendo o controle, era como olhar um filme, exceto que eram minhas pernas correndo até o palco, minhas mãos apertando a garganta daquela mulher horrorosa. Apertando, apertando.
Quando acordei estava aqui. Meus pais só podem me visitar uma vez por mês. Estou preso com uma única janela pequena por onde entra luz. O local é sujo. É feita uma limpeza quando tem inspeção, temos uma comida pastosa uma vez ao dia.
Fui esquecido pelo mesmo mundo que julgou que minha família não era uma pelos seus padrões banhados em preconceitos pré-históricos.
Aguardo o dia em que a evolução irá chegar e meus pais poderão me retirar desse lugar. Se eu não morrer de frio, se eu não morrer de fome, se eu não ficar louco.
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