Estágio Acadêmico
Trabalho de conclusão aborda educação em ambiente hospitalar
Alunas de Pedagogia relataram experiência em trabalho conjunto
As formandas do curso de Pedagogia da Universidade Luterana do Brasil, Auxiliadora Ferreira Saraiva, da modalidade presencial, e Luiziana da S. Oliveira, da educação a distância, apresentaram na tarde da segunda-feira, 27 de novembro, a Contextualização dos Estágios Curriculares Obrigatórios. Tarefa realizada com a supervisão e orientação da docente Lauraci Donde da Silva com foco central na trajetória de ensino e aprendizado do menino Bernardo Moreira Loureiro, 8 anos, que há 7 reside no Hospital Universitário de Canoas à espera de um transplante de pulmão.
As futuras pedagogas vindas de outras áreas de atuação são mães de portadores de necessidades especiais e escolheram este segmento da educação para desenvolver a arte de ensinar esse público com limitações e particularidades distintas. O estágio no HC propôs um desafio ainda maior: apresentar o mundo a uma criança pela janela do pequeno quarto de hospital.
Intitulado de Unidade de Terapia Intensiva: uma intervenção pedagógica inovadora, o projeto realizado na ala pediátrica exigiu das universitárias mais do que conhecimento. Garra e força de vontade não podiam faltar para tentar dezenas de vezes, pois nem sempre existiam avanços a comemorar. "O mundo para Bernardo se resume ao que vê na TV. Quando iniciamos o trabalho ele era acamado e não podia nem ver pela janela. Procuramos iniciar com atividades que contemplassem a coordenação motora. Foi um processo lento, pois o menino não queria tocar em nenhum material, mesmo usando luva, por não querer se sujar. Levamos um tempo para que ele adquirisse a cultura do sujou, limpou", comenta Auxiliadora sobre as dificuldades iniciais do processo.
Luiziana também comemora os pequenos avanços: "Hoje, Bernardo vibra quando consegue fazer algo. Antes ele não queria nem iniciar. Já começamos a introduzir computador, celular, atividades que o convidam a sair da cama, para ficar na poltrona e até no chão. Tem autoestima. Gosta de se ver no espelho. Recorta, cola. Come com as próprias mãos. Faz massinha com formas geométricas. Começou a descobrir coisas que pode fazer. Já entende que estamos lá para alfabetizá-lo, não apenas brincar, e nos espera de uniforme para participar das aulas".
No relato do estágio, as estudantes compartilham os dias em que encontram o aluno estressado, onde as atividades propostas não são bem recebidas e a frustração de muitas vezes não atingir o objetivo proposto. Há também as pequenas vitórias, como quando Bernardo, que não emite o som da voz em razão da traqueostomia, consegue pronunciar alguma palavra. A tarefa de apresentar o mundo através da janela é outro momento de descoberta. "O menino não caminha sozinho, mas hoje já sobe em um banquinho para ver a rua. Conheceu a chuva e agora sabe que ela é composta pela mesma água da torneira. Molha, mas não suja, pelo contrário, limpa", acrescentou Auxiliadora. Para a formanda, de todas as vivências dentro do curso de Pedagogia, esta a aflorou, revelando sua vocação para a profissão escolhida. "Não sabia como ele ia entender o que eu estava ensinando. Me perguntava: Como? Estava preocupada. Não era só cumprir estágio. A tarefa era maior", completa a futura pedagoga.
Andréia Pires
Jornalista - MTb.: 17.976
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