A utilização de máscaras caseiras como mais uma forma de prevenção ao contágio pelo novo Coronavírus foi recentemente aceita pelos órgãos de saúde. Isso se dá, em muito, pelo pouco estoque de máscaras cirúrgicas, agravado pela dificuldade de aquisição governamental destes itens, que devem ser destinados prioritariamente para os profissionais de saúde que estão na linha de frente dos tratamentos.
Em um primeiro momento, as máscaras enquanto Equipamento de Proteção Individual (EPI) foram recomendadas apenas para quem possuía sintomas. Com o avanço acelerado dos números de contaminação e diagnóstico de casos assintomáticos a regra estendeu-se para qualquer pessoa. Frisado pelo governo, as máscaras cirúrgicas para a comunidade, portanto, devem ser substituídas pelas caseiras.
Docente do curso de Design de Moda e especialista em Moda, Mídia e Inovação, Claudia Goulart destacou que as máscaras cirúrgicas consideradas ideais são produzidas com Spunbond Meltblown Spunbond, um não tecido popularmente conhecido como TNT. "Porém, se trata de um têxtil técnico e segue normas de produção o que faz com que o seu uso já seja pré-testado e recomendado", destacou.
A partir disso, as máscaras caseiras podem ser feitas em tecidos de algodão, tricoline e o próprio TNT, desde que desenhadas e higienizadas corretamente. Segundo Cláudia, pesquisadores vêm realizando estudos constantes e demonstram uma preocupação em trazer informações para a população. Nos muitos moldes disponíveis na internet, e conforme apontado pela profissional, para um melhor aproveitamento e utilização da máscara caseira, é indicado o uso de tecido 100% algodão, costurado de forma dupla e com pregas nas laterais para facilitar a adaptação na boca e nariz.
"As máscaras de tecido são laváveis e devem ser passadas a ferro para serem eficazes, não ultrapassando duas horas de uso", completou a docente. A professora apontou ainda que existem pessoas confeccionando em materiais inapropriados, salientando o cuidado extremo na hora de adquirir a sua máscara, buscando sempre o máximo de informações acerca dos tecidos utilizados e do modo de confecção. "Por exemplo, você não deve usar máscaras de TNT com gramatura inferior a 45 g/m2, pois elas não fornecem a proteção mínima", explicou.
Claudia salientou que qualquer pessoa com uma máquina de costura pode desenvolver sua máscara. Para quem não possui máquinas, a designer indicou improvisar com um objeto que, provavelmente, tem na sua casa, como: um pano multiuso de limpeza e duas borrachinhas de cabelo. "As máscaras não são ideais, mas podem ajudar, desde que tapem o nariz, boca e não sejam tocadas pelas mãos durante o uso", completou.
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Emily Ebert
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas