Diversas são as dúvidas acerca do novo coronavírus, principalmente pela Covid-19 se tratar de uma doença sem precedentes de pesquisa. Em meio à pandemia, é ordenado que a população se isole dentro de casa, como forma de prevenir o contágio e possível colapso do sistema de saúde. Sabemos, portanto, que todos são passíveis de se contaminar, mas além dos idosos existe um grupo que também se encontra em risco: os doentes crônicos. A taxa geral de mortalidade da COVID-19 é de 2,3%. Mas a doença não deve ser subestimada, uma vez que para os grupos de risco este número pode se elevar a quase 15%, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.
Segundo o professor de Medicina da Ulbra e especialista em Pneumologia, Airton Schneider, até o momento é possível dizer que os pacientes com condições de imunodepressão, causada por medicamentos ou doenças associadas como diabetes, doenças do coração e dos pulmões, fazem parte do grupo que, de uma forma geral, evolui mais frequentemente para insuficiência respiratória decorrente do vírus.
Além deles, ainda se pode destacar, segundo Schneider, a condição dos fumantes. Ainda não foram realizados estudos concretos e conclusivos sobre a ação do novo coronavírus no trato pulmonar de fumantes, mas "todo fumante é um potencial doente pulmonar, sendo assim, continua valendo o conselho de que sempre é hora de parar de fumar", destacou.
Mas por que estes pacientes estão no grupo de risco?
O novo coronavírus representa um real risco à saúde pública. Os sintomas, segundo o docente, podem ser de resfriado em algumas pessoas, mas ele atinge diretamente o aparelho respiratório. "Os sintomas viram de um quadro de resfriado simples até uma severa insuficiência respiratória, que é a incapacidade dos pulmões fazerem a troca de gás carbônico por oxigênio."
Doentes pulmonares já apresentam dificuldades respiratórias, e, se acometidos pela COVID-19, o caso pode se agravar para um quadro de insuficiência tão grande que os pulmões simplesmente param de funcionar. Airton destaca que, por se tratar de um vírus extremamente novo, a única recomendação passível para estes doentes crônicos é o isolamento total e continuar tratando a sua doença com os medicamentos adequados.
Os atingidos pelo vírus que necessitam de internação hospitalar utilizam aparelhos específicos que auxiliam o trabalho dos pulmões de forma mecânica. Mas, se muitas pessoas necessitarem destes artigos ao mesmo tempo, o sistema de saúde não dará conta de realizar todos os procedimentos. Por isso, Scheneider alerta: "fiquem em casa! O isolamento físico é muito importante, assim como os cuidados com a higiene", completou.
Emily Ebert
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas