A artista Ilse Ana Piva Paim, lançou do dia 08 de março uma nova coleção de obras, tendo resultados de sua imersão na cultura Peruana em recente viagem ao país.

As obras retratam as impressões  da artista sobre as múltiplas expressões  que ela teve oportunidade de conhecer no Peru. A palavra expressão, para muitos remete a imagem de rostos, cores, sabores e odores. Pois, exatamente a marca forte desta amostra de hoje são as imagens, retratadas na tela através do pincel e da tinta da artista, dos rostos e das vestes multicoloridas do povo Peruano, principalmente de suas mulheres, crianças e do meio onde vivem e trabalham.

Notadamente a sensibilidade da artista se voltou principalmente para o que existe de mais importante em qualquer país: a sua gente com seus usos e costumes. A população nativa, descendente das civilizações pré-colombianas, representa o vizinho país andino, sendo a mais numerosa, e nos remete a uma cultura rica e singular de mais de dois mil anos de existência, marcada pela religiosidade e culto a natureza.

A artista se impôs um desafio. Retratar uma realidade distante do nosso meio, podendo ser observado em suas telas: sementes, flores e plantas nativas do continente americano que ainda se mantém geneticamente intocadas. A arquitetura em barro ainda é por lá encontrada, além da pedra e dos materiais mais modernos, mesclados à formas e cores tão peculiares.

Nas palavras da artista, que escreveu sobre esta nova série, destaca-se um recorte do texto, onde ela comentou:

"Pelas ruas de Lima, nos sítios sagrados de  Cusco,... o que encontro? Gente. As imagens vão surgindo como um caleidoscópio. As roupas, costumes, seus chapéus identificam várias regiões de origem. As sete saias me aproximam e me fazem criar. Busco todas as cores possíveis para mostrar sua exuberância tonal, mas minha paleta não é suficiente para apresentar todo este universo policrômico visível. O que vejo apresento em 'im'pressões', são pessoas, mulheres, crianças, seus costumes e suas vestes. Mas o que fica é mais intenso, a isto chamo de 'Expressões', é um mundo de cor, onde suprimo a forma e permito que aflore somente esta cor intensa, que é o Peru."

No universo criativo da artista, podemos reparar uma tendência: ela insiste em retratar as mulheres em seu exterior, mas também no seu interior; mulheres que trabalham, lutam, riem, espalhadas pelas praças, ruas, mercados e casas.

O interior dessas mulheres é mostrado na tela através da sensibilidade da artista, como se tivesse lido suas almas, através das expressões dos seus rostos. Já o exterior e mostrado através das formas e das cores vibrantes, marcas registradas do país.