ULBRA
Tudo que é produzido, tem que ser recolhido
Professora da ULBRA explica os benefícios de implantar a Logística Reversa nas empresas
Sustentabilidade e consumo consciente vêm assumindo um papel importante entre os assuntos dentro das empresas. Preocupadas com questões ambientais, as empresas estão acompanhando com mais frequência o ciclo de vida de seus produtos. Atualmente, observa-se um crescimento no número de empresas que trabalham com reciclagem de materiais. Buscando entender como funciona a devolução de produtos no pós-consumo, viabilizados pelos canais de pós-vendas, a professora do curso de Logística da ULBRA Canoas, Dalva Santana, explica como acontece o processo de Logística Reversa, cada vez mais procurado pelo mercado, na busca por suprir as necessidades de não agredir o meio ambiente e fornecer o retorno econômico na operação logística.
A Logística é um processo que envolve compra e venda, devolução de mercadoria por motivo de desistência ou de defeito e, também, a preocupação com o destino de um produto ao final de sua vida útil. Este último item remete-se à Logística Reversa, ou seja, o processo inverso que o produto fez até chegar ao consumidor. “A preocupação da Logística Reversa é fazer com que esse material retorne ao seu ciclo produtivo ou para o de outra indústria como matéria-prima. Assim, permite que seja realizado um reparo ou reciclagem (extensão da vida útil) e por último, caso não haja tecnologia no momento, o descarte ambientalmente correto”, afirma a professora. Em síntese, a Logística Reversa é o caminho inverso da distribuição.
O processo parece simples, entretanto, no Brasil ainda é pouco comum entre as empresas. De acordo com pesquisas da professora da ULBRA, os estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná estão entre os destaques que aplicam a atividade. No País, a Lei 12.305 de 02.08.2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que incentiva a Logística Reversa como mecanismo para fornecer um destino final aos resíduos.
A professora salienta que as empresas têm se preocupado em considerar os custos adicionais e as reduções de despesas durante o processo de produção. “Os fluxos de logística reversa têm trazido retornos para os empresários, o reaproveitamento de materiais têm trazido ganhos que estimulam novas iniciativas e esforços que visam melhorias nos processos de logística”, afirma. Em uma pesquisa realizada entre 2007 a 2009 pela professora Dalva Santana nas transportadoras gaúchas percebeu-se que 86% das empresas já conhecem os conceitos de Logística Reversa. Um dado interessante é que 64% dos locais pesquisados utilizam os canais reversos nas suas operações logísticas. Quando perguntadas sobre como fazem a disposição de seus resíduos, 46% responderam que têm parceria com empresa que faz esse serviço de disposição e 32% já fazem algum tratamento na própria empresa e depois o parceiro faz a coleta.
A Logística Reversa ainda envolve atividades como: coleta, consolidação, triagem, transferência de estoques, excedentes de estoques, avarias, erros de expedição, substituição de componentes, leilões virtuais de peças de mercado secundário, outlets, etc. Entretanto, é importante ressaltar que o primeiro passo é a coleta seletiva na empresa. Ela comenta ainda a posição da empresa ecologicamente correta diante do consumidor: “Os clientes valorizam empresas que possuem políticas de retorno de produtos, pois lhes garante o direito de devolução ou troca de produtos. Dessa forma, tendem a se destacar no mercado, uma vez que podem atender aos seus clientes de forma diferenciada”.
UM NOVO NICHO DE MERCADO – Na busca por minimizar os impactos ambientais, Dalva Santana deixa o recado que hoje “tudo que é produzido, tem que ser recolhido”, significa que uma empresa que recebe um produto como fruto de devolução por qualquer motivo já está aplicando conceitos de logística reversa, bem como aquela que compra materiais recicláveis para transformá-los em matéria-prima novamente. Na verdade, todas as empresas trabalham com o conceito de logística reversa, porém nem todas encaram esse processo como parte integrante e necessária para o bom andamento ou para o aumento nos custos das empresas. Entretanto, é uma estratégia que permite um aumento de participação da empresa no mercado, a partir da conscientização e a destinação ambientalmente adequada de um produto ao seu consumidor. É uma área que está crescendo em sua procura pelas empresas, proporcionando nas universidades um interesse significativo pelos acadêmicos.
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