Ciclo de Formação Geral e Básico
Em debate o Racismo no Futebol e na Sociedade
O Racismo na Marca do Pênalti
A Copa para Além do Futebol - O Racismo na Marca do Pênalti foi a temática do V Encontro do Ciclo de Formação Geral e Básico, realizado na noite de quarta-feira, 30.04, na ULBRA Canoas. O evento foi promovido pelas disciplinas de Comunicação e Expressão, Cultura Religiosa, Instrumentação Científica e Sociedade e Contemporaneidade que realizaram também uma exposição de banners produzidos por alunos que retratam a relação entre futebol e sociedade.
As recentes manifestações racistas ocorridas no esporte, tanto no Brasil como no mundo, vêm provocando debates a respeito da problemática, e são analisadas academicamente sob vários ângulos. Para debater o tema, foi convidado o coordenador do Curso de Jornalismo da Universidade, Deivison Campos. O evento contou com a mediação do coordenador dos Cursos de Ciência Política e Gestão Pública EAD, Honor de Almeida Neto.
Para Deivison, a ideia de desumanização não acontece apenas dentro dos estádios de futebol. "Não podemos separar o que ocorre na sociedade daquilo que acontece nos locais onde são disputadas as partidas", ressaltou. O palestrante chamou a atenção para a marginalização econômica e social a que foi submetida a população negra na sociedade. Falou também a respeito do extermínio de jovens negros brasileiros, apresentando dados que comprovam seus assassinatos. Sobre os incidentes racistas, ocorridos especificamente no futebol da Europa, o convidado observou que eles se constituem em sintomas da construção discursiva que vai contra o negro. "Atualmente, existe uma crise econômica europeia muito séria e os europeus estão agredindo as outras populações porque se sentem ameaçados no quesito empregabilidade", explicou.
Ao fazer observações sobre a origem de toda problemática que envolve a segregação racial, o convidado relembrou o Pensador Florestan Fernandes que afirmava que o Brasil, em sua história, foi pensado por uma elite branca que tinha como propósito formar uma nação que daria continuidade a Europa e que as pessoas acabariam acomodando-se nos lugares a elas destinados. O palestrante salientou ainda que é preciso construir as bases para um outro mundo em que exista a verdadeira democracia. "Precisamos fugir do senso comum e aprender a olhar o mundo de uma maneira diferente", concluiu Deivison.
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