10/09/2010 16:15
- ULBRA CANOAS
Brasil e Portugal estudam a Síndrome de Burnout
Pesquisadoras buscam alinhar dados e encontrar soluções comuns
A proposta das pesquisadoras é levantar e cruzar dados referentes à Síndrome de Burnout nos dois países e, posteriormente, realizar intervenções visando à diminuição dos impactos, tanto no Brasil quanto em Portugal, que, ao contrário do Brasil, ainda não reconhece Burnout como uma doença profissional.
"Existem poucos estudos sobre a síndrome e seus impactos em Portugal. Acredito que o Brasil está à frente nas pesquisas sobre o tema. Mas com os poucos dados que já cruzamos, temos a certeza de que a doença é muito comum entre os profissionais da área da Saúde nos dois países. Embora o Brasil já reconheça como doença desde 1999, os empregadores e empregados pouco sabem sobre Burnout e suas danosas consequências para o trabalhador e para as instituições", comentou Sofia.
Segundo a professora Mary Sandra, quem trabalha sobre pressão, sobrecarregado, com pouca autonomia e participação, está mais exposta à doença. "Constatamos em nossos estudos que em ambos os países os profissionais da saúde, de um modo geral, têm sido acometidos pela síndrome. No entanto, os que prestam o atendimento em setores de urgência e unidades de tratamento intensivo são os que apresentam maiores índices de Síndrome de Burnout. Isto é muito preocupante, pois equipes com Burnout tendem a ser menos produtivas e apresentam menor qualidade na assistência prestada ao paciente e, consequentemente, expõe o mesmo a estresse e riscos desnecessários, além do vivenciado pelo seu próprio adoecimento", declarou.
O trabalho realizado tem como um dos objetivos pesquisar e realizar um estudo transcultural, comparando profissionais brasileiros e portugueses. Será o primeiro estudo publicado com este delineamento. "A médio e longo prazo os dois países devem alinhar a maneira de tratar a doença, como já ocorre em outras nações. Estados Unidos, Canadá, Suécia e Espanha são bons exemplos de que este alinhamento é possível", finalizou a professora Mary Sandra, que já esteve em Portugal em julho deste ano para trabalhar com os dados já coletados.
Para o desenvolvimento dos estudos, as pesquisadoras mantêm contatos praticamente diários através da internet. Também estão agendadas visitas anuais entre as profissionais em ambos os países. "Esta é a segunda vez que venho aqui, gosto de estar no Brasil, especialmente no Sul, que se parece em diversos aspectos com a Europa. Sou muito bem recebida na ULBRA e tenho certeza de que este trabalho pode gerar bons frutos", projetou Sofia.
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