O curso de Educação nas Organizações realizou, no dia 25.06, o evento 4º Curta em Reflexão – Inclusão no Mundo Corporativo, com debate sobre o filme Transformando Realidades. Representantes de diversos segmentos ligados à preparação para o mercado de trabalho, bem como ao trabalho da pessoa com deficiência, estiveram participando, contribuindo com o relato das suas experiências.

A professora Haydée Nascimento de Moraes foi a mediadora do debate que teve a participação de Ana Maria Machado da Costa, do Ministério do Trabalho; Cristina Rojas, da ONG Mitra; Helena Senden Pereira, da Escola Ney Gomes; Júlio Cesar Franco Pinheiro, do SENAC; Lisandra Casa Nova, do Colégio ULBRA Especial Concórdia; Mara Carvalho, da Associação Canoense de Deficientes Físicos; Márcia Almeida, da Secretaria Municipal de Educação de Sapucaia do Sul e São Leopoldo; Márcio H. Ferreira, do IPESA; e Sílvio Uchima, da empresa GM.

Mara Carvalho ressaltou que atualmente, o funcionário com determinados tipos de deficiência é considerado um profissional com alto índice de concentração nas suas tarefas. Cristina Rojas disse que a Mitra auxilia as empresa no processo de seleção das pessoas com deficiência e no seu processo de inclusão na empresa, bem como do seu desligamento. “Nós orientamos para as necessidades de acessibilidade. As PCDs não precisa apenas de banheiros adaptados”, garantiu. Júlio Cesar, ressaltou sua experiência como profissional que tem uma deficiência. Disse que quando iniciou seus estudos e a busca pela oportunidade de emprego ouviu o comentário, “vai atrás da tua aposentadoria, cuida do teu futuro”, e que respondeu: “eu estou cuidando do meu futuro”. Hoje, Júlio trabalha auxiliando na montagem de cursos do SENAC para preparar pessoas com deficiência para o mercado de trabalho. Ele lembrou que quando começou a trabalhar, não sabia nada e que hoje está cursando uma faculdade.

Márcio Ferreira lembrou que, como aluno da ULBRA, cego, tem apoio do Instituto de Pesquisa em Acessibilidade da Universidade (IPESA). Relatou que trabalha com a formação de um projeto de capacitação dos professores que atuam com cegos, idosos e deficientes físicos numa ONG de Porto Alegre. Márcio disse que as PCDs têm que se mobilizar para mudar a imagem que as demais pessoas têm delas, preparando-se para os estudos e o mercado de trabalho, e enfatizou que a questão da inclusão deve iniciar já com a criança na escola, “uma situação muito difícil e que precisa ser tratada com urgência”.

Sílvio Ichima comentou a experiência da GM na inclusão de pessoas com deficiência no seu quadro funcional. Relatou que esse trabalho tem caráter voluntário, que conta com o comprometimento dos envolvidos. Atualmente, a GM/RS emprega 115 PCDs.

Ana Costa disse que ainda há muito o que fazer no Brasil pela abertura do mercado de trabalho às pessoas com deficiência. “Mas um grande caminho já foi percorrido na qualificação para o trabalho. Precisamos andar juntos. As grandes cidades estão mais evoluídas nesse processo. Acredito que as famílias são o elemento mais importante na inclusão da PCD, com o seu apoio e incentivo. Muitas empresas ainda empregam o PCD por causa das cotas exigidas pela lei, mas as escondem ou deixam ficar em casa. Por outro lado, muitas outras as reconhecem com profissionais diferenciados. É muito importante lembrar que as empresas têm que se preparar e preparar seus funcionários para receber o colega com deficiência”, afirmou a representante do Ministério do Trabalho.

Os demais debatedores também relataram experiências. O debate continuou, incluindo a participação dos estudantes, no auditório do prédio da Odontologia. O evento teve apoio de diversas empresas e foi organizado pela disciplina de Planejamento e Organização de Eventos, do curso de Pedagogia.