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Dia da Consciência Negra é tema de artigo
Professor divulga artigo sobre Dia da Consciência Negra
Artigo do professor Deivison Campos, coordenador do curso de Comunicação Social - Jornalismo, da ULBRA Canoas, aborda o Dia da Consciência Negra, data celebrada nesta quarta-feira, 20.11. Confira o artigo:
O Dia da Consciência Negra, 20 de novembro foi evocado pela primeira vez em 1971 por jovens universitários, em Porto Alegre, organizados em torno do Grupo Palmares. A proposta foi apresentar uma data alternativa às comemorações do 13 de Maio, considerada como símbolo de uma liberdade concedida. O 20 de Novembro marcaria um fato político da população negra, remetendo a ideia de liberdade conquistada.
O grupo baseia sua ação na proposta de rever a história brasileira para, com isso, demonstrar aos negros o passado de resistência às diferentes realidades opressoras. Na visão do grupo, o contexto de opressão se mantinha intocado. Reconstruir simbolicamente o Quilombo dos Palmares levaria os negros à tomada de consciência de sua condição social. Consequentemente, seriam superados a ideologia de branqueamento e o mito da democracia racial.
A adoção do 20 de Novembro e a valorização da figura de Zumbi serviram de instrumento para a reconquista de uma identidade comprometida. O fato político da imposição de um Dia Nacional da Consciência Negra propõe, portanto, um viés negro para negociar a inclusão social e o acesso à cidadania, através da construção de uma identidade étnica afro-referenciada, rompendo com a necessidade de branqueamento social.
A construção dessa identidade afro-brasileira ocorre, portanto, a partir da ressignificação de elementos locais, o Quilombo dos Palmares, e a apropriação e tradução de movimentos diaspóricos, como o Black Power e a Consciência Negra. Nacionalizada em novembro de 1978, durante assembleia do recém fundado Movimento Negro Unificado , a data foi reconhecida pelo Estado brasileiro em 2003.
REFERÊNCIA
CAMPOS, Deivison. O Grupo Palmares (1971-1978). Um movimento negro de subversão e resistência pela construção de um novo espaço social e simbólico. Dissertação de Mestrado em História, Programa de Pós-graduação em História, Pucrs, 2006.
Deivison é doutorando em Ciências da Comunicação, na Unisinos, onde graduou-se em Jornalismo em 1997. É mestre em História Social, pela Pucrs (2006), com especialização em História Contemporânea pela Fapa (1999). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em radiojornalismo, práticas jornalísticass e pesquisa em Comunicação. Também realiza estudos sobre o negro na sociedade brasileira, com ênfase em pertencimento. Atualmente, coordena o curso de Jornalismo da Universidade Luterana do Brasil.
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