Papo de Redação
Em debate a atuação do jornalismo nos recentes protestos
Papo de Redação dialoga com jornalistas da mídia alternativa
O Papo de Redação, iniciativa dos cursos de Comunicação Social da ULBRA Canoas, promoveu debate relacionando o jornalismo com as manifestações recentes que ocorreram em todo o Brasil, que foram o maior acontecimento social nos últimos 20 anos, além de um grande evento midiático. A iniciativa contou com a presença do editor do jornal e site Jornalismo B, Alexandre Haubrich e do repórter do site Sul 21, Samir Oliveira. O encontro foi realizado na noite de quarta-feira, 19.09, na Universidade.
De acordo com a coordenadora de atividades do curso de Jornalismo, Gabriela de Almeida, a temática foi escolhida devido ao interesse demonstrado por alunos da área. “Vários estudantes do curso acompanharam as manifestações. Além da imprensa tradicional, os acontecimentos foram cobertos pela mídia independente e até por pessoas nas ruas.” Para a coordenadora, os acontecimentos tiveram uma dimensão midiática sem precedentes na história do país. “Muitas pessoas construíram discursos a respeito do evento com uma multiplicidade de olhares sobre os fatos”, observou Gabriela.
Os convidados começaram relatando fatos de suas trajetórias. Em suas falas, os participantes apresentaram aos estudantes alternativas de atuação profissional ao trabalho convencional que existe nos veículos tradicionais de comunicação. Um dos pontos principais do diálogo tratou das diferenças de informação sobre as manifestações, existentes entre a mídia tradicional, a mídia alternativa e diversas pessoas que participaram dos acontecimentos.
Alexandre falou de trabalhos que ele desenvolveu junto à mídia alternativa, além de enfatizar o propósito do veículo em que atua. “O Jornalismo B tenta se colocar, desde seu surgimento em 2007, como um instrumento de luta da classe trabalhadora em defesa de uma mídia mais democrática”. Ele ainda complementou. “No Jornalismo B, a questão central sempre esteve focada na democratização da informação.” Ele criticou a dinâmica da estrutura da comunicação da mídia tradicional, que em sua opinião, não possibilita a liberdade de expressão que o jornalista deve ter.
Já Samir, que também atuou em um jornal da mídia tradicional, apontou diferenças de foco nas pautas que realiza para um veículo da mídia alternativa. Sobre as manifestações, ele relatou que acompanhou-as desde o princípio. “Quando os movimentos começaram a ganhar dimensões, o caráter político das manifestações mudava a todo momento”, observou. Samir ainda fez uma observação sobre outro aspecto que ele considera importante para o desenvolvimento da mídia alternativa. “É preciso existir uma política publicitária de Estado justa e que contribua com todos os veículos de maneira isonômica.”
Durante o encontro os alunos também puderam questionar os convidados.
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