Pesquisadores, tradutores intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e educadores de pessoas surdas estiveram reunidos durante o III Seminário de Docência e Tradução. Realizado pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) no último sábado, 22.06, no campus Canoas, por meio do Programa Permanente de Acessibilidade (PPA) o encontro oportunizou a discussão e troca de experiências em pesquisas acadêmicas, e a formação bilíngue (Libras e Língua Portuguesa) dos profissionais e práticas pedagógicas. A atividade foi aberta pelo diretor de Extensão da Pró-reitoria Adjunta de Extensão e Assuntos Comunitários, Gustavo Becker.

A primeira palestrante do dia, a professora doutora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Ingrid Finger, destacou as vantagens de ser bilíngue. Ela iniciou a fala desmistificando conceitos de que o sujeito só é considerado bilíngue quando aprende a segunda língua ainda na infância e que ser bilíngue pode ser prejudicial ao desenvolvimento do cérebro. “Quem consegue se comunicar em mais de uma língua é bilíngue, independente de quando a pessoa aprendeu a segunda língua”, afirmou. “Já existem estudos no mundo que apontam que só existem vantagens em dominar duas línguas”, resumiu.

O professor doutor da UFRGS, o australiano Ian Alexander, trouxe para os participantes a experiência e os desafios de ser tradutor. “Estou vivendo há 15 anos entre duas culturas. Ao longo desse tempo percebi que existe uma necessidade de quem vai traduzir em analisar o que é natural e o que é incompreensível nas duas culturas”, observou.  

A atividade seguiu durante à tarde com as palestras Formação e Informação para Professores e Intérpretes de Libras ministrada pelo professor especialista da ULBRA, Vinicius Martins; e Surdo um Sujeito Bilíngue apresentada pela professora mestre do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Carolina Comerlato Sperb.

A professora da Escola Estadual Especial Keli Meise Machado, de Novo Hamburgo, Fátima Regina dos Santos, relatou aos participantes as experiências pedagógicas vivenciadas pelos alunos da instituição. “Esta foi uma oportunidade de podermos mostrar o que a gente faz no processo pedagógico na escola, dentro e fora das salas de aula. Mostrando como integramos nossos alunos ao espaço social”, disse. E para comprovar esta integração foram expostos na entrada do auditório trabalhos realizados pelos estudantes após visita ao zoológico de Gramado.