Valter Kuchenbecker
Atividades de extensão são ações que transformam a sociedade
Atividades de extensão são ações que transformam a sociedade
Valter Kuchenbecker é natural de Pelotas. É pesquisador e professor de Teologia, do mestrado em Educação e professor convidado da Universidade de Salamanca. Ocupava as funções de diretor da Editora da ULBRA e diretor administrativo da Fundação ULBRA, além de ter presidido a Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU) e no Clube dos Editores do RS foi conselheiro da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura - MINC. Também exerceu o cargo de vice-reitor na ULBRA de 2009 a 2013 e, paralelamente, o de pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, de 2012 a 2013.
Hoje, como pró-reitor adjunto de Extensão e Assuntos Comunitários, ele fala sobre a importância da realização de ações conjuntas pela busca da qualidade do ensino superior, pela formação pessoal e profissional e pela sustentabilidade. Professor Valter também ressalta a relevância da proatividade no quadro docente para a realização de ações extensionistas. Para ele, é preciso pensar a Extensão sob um ponto de vista estratégico, que mantenha a Universidade como uma instituição transformadora da sociedade.
Leia agora, quais os desafios da Pró-reitoria Adjunta de Extensão e Assuntos Comunitários da ULBRA.
Nesse momento como a Pró-reitoria se posiciona no contexto atual da Universidade?
Em 2009, a Reitoria redefiniu a atuação da Universidade, optando pelo Ensino como foco principal. Desde então, todas as ações de reestruturação convergem para este objetivo. Assim acontece neste momento, quando se busca uma total integração entre as pró-reitorias. Portanto, a Pró-reitoria Adjunta de Extensão e Assuntos Comunitários se posiciona dentro da Pró-reitoria Acadêmica. Acreditamos que essa integração dará uma nova dinâmica nos processos e fluxos operacionais, fazendo com que todos se concentrem num mesmo propósito e objetivo, a saber, o Ensino.
Como o desafio de fortalecer o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão está sendo desenvolvido pela Pró-reitoria Adjunta de Extensão?
Entendemos que este tripé seja visto numa ótica absolutamente integrada. Sentimos que existia na ULBRA uma cultura onde cada setor, cada grupo ou cada diretoria se focava muito nas suas atribuições específicas, esquecendo o conjunto da Universidade. Pensamos a integração com o objetivo de não duplicar esforços, de otimizar custos e recursos humanos. É nessa perspectiva que a Pró-reitoria Adjunta de Extensão e Assuntos Comunitários se alia a Pró-reitoria Acadêmica, que por sua vez está ligada à Reitoria. Entendemos o Ensino, Pesquisa e a Extensão não só restritos ao ensino superior, mas também ao ensino fundamental e médio, graduação e pós-graduação. Assim, estamos atuando dentro de um sistema de ensino que inicia na infância e vai até o doutorado. É evidente que isso faz com que, naturalmente, o professor fortaleça sua atividade docente, reflita seu conhecimento integrado com a pesquisa e as atividades extensionistas. Assim, a extensão deixará de ser vista como um adendo. Queremos que estas atividades tenham sintonia com aquilo que a Instituição entende ser sua ação estratégica. Por meio de ações extensionistas, a Universidade se entende como transformadora da sociedade. E essa inserção acontece a partir de duas bandeiras: a sustentabilidade e as ações voltadas ao meio ambiente.
A sustentabilidade e as ações voltadas ao meio ambiente são dois caminhos para a inserção docente?
Com isso queremos dizer que os nossos projetos extensionistas devem prioritariamente convergir para o cumprimento destas bandeiras. Dentro desta perspectiva, lançamos a Agenda EcoSapiens, que busca integrar todas as ações voltadas ao meio ambiente e à sustentabilidade também. Dentro dessa mudança cultural, na forma de entender a extensão da ULBRA, definimos editais para os projetos extensionistas, que nos seus 11 itens desenvolvem a sustentabilidade e as ações voltadas ao meio ambiente.
Como o docente deve proceder para concorrer às horas de atividades extensionistas?
O professor deve cumprir os editais. Isso não quer dizer que essa é a única maneira de fazer extensão. Aquele que não cumpriu os editais e que não se enxerga dentro destes estudos ou perspectivas, pode e deve buscar outras atividades extensionistas que também valorizamos como projetos de cursos de capacitação de curta duração. Estamos estimulando a formação de gestão de carreiras, estimulando treinamentos que tenham alguma aderência com o viés Copa do Mundo, por exemplo. Queremos formatar cursos rápidos de 20, 30 ou 40 horas para ofertá-los de modo vasto e amplo. Precisamos de uma vasta relação de cursos para a sociedade, inclusive pela modalidade EAD. Queremos todos os tipos de cursos que possam interessar à sociedade. O professor pode propor cursos fora da sua carga horária e buscar um retorno financeiro pela execução desses cursos. Temos ações institucionais que podem ser desenvolvidas nas respectivas Unidades, como por exemplo, projetos de reciclagem de lixo. Além disso, temos os projetos que surgem dos convênios com os municípios, por meio dos quais atendemos os requisitos da filantropia. Do mesmo modo, o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies) se faz presente pelo qual precisamos ter um trabalho forte nas comunidades, buscando alunos que cumprem os pré-requisitos para esse ingresso. Isso significa fazer parcerias com prefeituras e instituições que garantam essa demanda.
E isso significa um novo desafio aos docentes?
Achamos que devemos ser mais proativos na ampliação das ofertas com pequenos cursos de capacitação e treinamento que possam interessar o mercado. Temos na Universidade, profissionais docentes altamente capacitados e qualificados e estes estão desafiados a fazerem várias ofertas de cursos e com isso queremos dar à Extensão, um caráter mais dinâmico. Queremos desafiar o docente a fazer a oferta, propor os cursos. Estamos saindo de uma dinâmica do passado onde o professor esperava pela sua carga horária e depois realizava algum projeto de extensão e muitas vezes o tempo passava e o projeto não se realizava. Precisamos de resultados e a Universidade se encaminha nessa direção, na qual o docente está convidado a se integrar. E o desafio é que ele proponha a sua oferta e nós vamos abrir o espaço para viabilizar essa proposição.
Como o docente deve proceder para propor cursos e ações extensionistas?
O primeiro passo é procurar a sua unidade, o seu diretor ou coordenador de extensão e fazer sua proposição. O coordenador de extensão coloca essa oferta nos respectivos meios de divulgação e o professor será remunerado pela realização destes cursos. Propomos que ele tome a iniciativa e proponha ações extensionistas. Hoje, temos diversos professores de fora da Instituição que vieram trazer sua proposta e estão atuando em alguma iniciativa e isso o nosso docente pode fazer. Esse é o desafio: propor cursos e atividades naquilo que o professor sabe fazer. Assim, recomendo: busquem propor, não na cultura antiga de fazer só quando tiver carga horária definida, mas buscar seu espaço e propor. Precisamos pensar a extensão sob um ponto de vista estratégico: ser uma Universidade que capacita e transforma a sociedade, buscando alternativas de melhoria para qualidade de vida e da sustentabilidade. Assim, o docente deve sentir-se incluído nos desafios da Instituição e da sociedade, propondo alternativas que a extensão oferece. Quanto maior a nossa oferta, melhor será o atendimento da demanda.
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