Tania Elisa Seibert
ULBRA pesquisa Educação Matemática de pessoa com deficiência
Pesquisando a educação matemática de pessoa com deficiência
Aprendizagem Matemática de um jovem com Espinha Bífida e Síndrome de Arnold Chiari é o título da tese de doutorado que será defendida este semestre pela professora do curso de Matemática - licenciatura da ULBRA Canoas, Tania Elisa Seibert, orientada pela professora doutora Claudia Lisete Oliveira Groenwald e co-orientada pela professora da Universidad de La Laguna, no Tenerife (Espanha), Maria Aurelia Noda Herrera. Ela é doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM) da Universidade e acompanhou um menino com deficiência durante três anos.
Nos próximos meses, os resultados obtidos irão dar suporte aos educadores que buscam trabalhar a inclusão de estudantes com deficiência, principalmente cognitiva, afetando seus estudos na escola regular. Tania explica que a intenção é socializar o trabalho junto ao projeto Observatório da Educação, financiado pela CAPES. “A ideia é que os municípios do estado do Rio Grande do Sul possam aproveitar o resultado da tese como apoio pedagógico em seus serviços de atendimento aos alunos com deficiência”, afirma a professora. Fazem parte desta proposta as cidades de Canoas, Sapucaia do Sul e São Leopoldo.
Durante a pesquisa, Tania trabalhou no desenvolvimento de uma sequência didática eletrônica com o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação, fundamentadas em referenciais teóricos consistentes que embasaram e deram suporte ao desenvolvimento da sequência. Na proposta foram utilizados jogos com o objetivo de tornar a aprendizagem motivadora e com recursos lúdicos. “O objetivo é ampliar a compreensão de conceitos fundamentais para a vida em sociedade, como adição, subtração, multiplicação e divisão, para que o estudante possa atuar na sociedade”, destaca.
Trabalho é inédito no Brasil
A pesquisa, inédita no país, buscou apoio no estudo da Neurociências. “Existem diversos trabalhos sobre inclusão de estudantes com necessidades, porém não encontrei, aqui no Brasil, estudos específicos sobre pessoas com deficiência cognitiva em decorrência da Espinha Bifida”, argumenta Tania.
Esse estudo faz parte do Grupo de Estudos Curriculares em Educação Matemática (GECEM) financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), no edital Pesquisador Gaúcho com o tema Inclusão Cognitiva em Matemática.
O estudante antes e depois do trabalho realizado
Para a professora Tania, durante os três anos de acompanhamento, o menino Gustav, 14 anos, apresentou uma evolução significativa. A mãe de Gustav, Terezinha Hahner, conta que após o trabalho o estudante se tornou mais confiante e participativo na escola. “A participação do Gustav na pesquisa trouxe benefícios para ele e quem tem um filho deficiente sabe o quanto isso é importante. Hoje, vejo meu filho como um canal para que outras pessoas possam se beneficiar”, ressalta Terezinha.
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