Rede de Escolas ULBRA
O desafio das Escolas de Surdos
Evento debate o futuro dos educandários para surdos do RS
Com mais de 300 participantes inscritos, o XII Encontro Nacional de Escolas de Surdos do Rio Grande do Sul iniciou na manhã de sexta-feira, 16.11. O Colégio ULBRA Especial Concórdia, da Rede de Escolas ULBRA, é um dos organizadores do encontro, que acontece também no sábado no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Estado, em Porto Alegre.
O atual desafio das escolas de surdos é manter seus projetos em funcionamento, com apoio dos entes da sociedade, para atender as centenas de crianças surdas que chegam à idade escolar a cada ano. Recentemente, o Conselho de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa de Brasília aprovou o projeto de lei que institui a escola pública integral bilíngue, cujo primeiro idioma ensinado seja a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), e o segundo, o português escrito. “Já é um bom sinal na luta de novas políticas para estes educandários. Nosso objetivo é reunir as escolas para discutir metas e pensar o futuro”, explicou a diretora do Colégio ULBRA Especial Concórdia, Hiltrud Elert. “Defendemos a permanência das escolas especiais para surdos. Inserir alunos surdos nas escolas normais não é uma forma de inclusão social”, ressaltou.
A primeira palestra do evento foi proferida pela professora da UFRGS, Lodenir Becker Karnopp, que falou sobre as relações entre direitos linguísticos e direitos humanos. “Há mais de 6,8 mil línguas no mundo, das quais apenas 200 têm registro escrito”, apontou. Aprender um código compreendido pelos surdos é um ato de cidadania, não apenas pela comunicação com estes, mas pelas melhorias que são consequentes “O bilinguismo enriquece. É uma situação de privilégio, pelo maior contato social com outras culturas e o desenvolvimento cognitivo”.
Mas essa ainda é uma realidade distante. Dados mostrados pela palestrante apontam que, nos Estados Unidos, 85% das crianças estão em escolas oralistas, de não surdos. “No Brasil não é muito diferente”, complementou Lodenir. Ainda de acordo com os dados, 46% dos alunos surdos são os únicos em suas escolas, ou seja, não possuem colegas com a mesma característica.
O primeiro dia de evento ainda contou com a apresentação do grupo de dança e teatro Mãos em Cena, composto por alunos do Especial Concórdia. O pastor do educandário, Valdomiro Jacobsen, também esteve presente. Participou, também, Roger Prestes, representante da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e de Altas Habilidades do RS (Faders) e da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), além de docentes e alunos de escolas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A programação segue com as atividades abaixo.
17 de novembro de 2012 – sábado
8h30 – A Família e a Surdez: do diagnóstico à escola - Hiltrud Elert. Mestre em Educação, formada em Relações Públicas e Fonoaudiologia, diretora da Escola Especial Concórdia.
9h45min – intervalo
10h – Mesa-redonda: Perspectivas do Movimento Surdo em prol das Escolas para Surdos
Palestrantes: André Ribeiro Reichert – SM
Fabrício Mahler Ramos – Especial Concórdia-POA
Claudia Magnus Fialho – Lilia Mazaron- POA
Tibiriçá Maineri – Ellen Keller
Carolina Comerlato Sperb – IFRS
11h – Debates e Comunicações
Sala adjunta: Reunião dos Diretores das Escolas de Surdos do RS
12h – Encerramento
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