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Mudanças climáticas e ações sadias além da conscientização humana
A professora de Geografia Heloísa Ley Lindau fala sobre os acontecimentos
Pesquisas registram um aumento da temperatura média no planeta, sendo as consequências desse fato noticiadas diariamente nas mídias. Professora de Geografia, Agronomia e Engenharia Ambiental, Heloísa Gaudie Ley Lindau fala sobre as mudanças climáticas e seus efeitos em fenômenos que vêm acontecendo nos últimos anos. Com doutorado em Análise Ambiental e Territorial, a docente também destaca ações sadias e de conscientização para reduzir o desequilíbrio.
"A elevação pode ser atribuída, principalmente, ao aumento nas concentrações de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa na atmosfera, por atividades antrópicas (que resultam de ação humana). É visto que a influência humana aquece a atmosfera e os oceanos, impactando e afetando o clima de todas as regiões do planeta", frisa. Segundo a especialista, o aquecimento intensifica atividades convectivas, como temporais. Por exemplo, se há ocupação em encostas nas áreas litorâneas, locais em que se formam as chuvas orográficas de relevo, é inevitável o deslizamento de terra nessas encostas.
A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, desenvolveu um gráfico da evolução da distribuição de temperaturas sobre os continentes desde a década de 1950. Nesse gráfico é visível a frequência de temperaturas muito altas, como também de eventos de extremo calor. Devido às concentrações de gases de efeito estufa nas últimas décadas, as geleiras têm diminuído e os oceanos têm aquecido, afetando o clima. "Cabe lembrar que é nos oceanos que boa parte do gás carbônico lançado na atmosfera é absorvida através da fotossíntese realizada pelos plânctons. As principais espécies produtoras de oxigênio no planeta também se encontram nos oceanos", ressalta a professora.
Consciência humana
Heloísa destaca que, se não forem tomadas providências a curto e longo prazo, o cenário será de insegurança hídrica e alimentar, migrações forçadas, pobreza, entre outras consequências. "Vamos projetar os países andinos que dependem das geleiras, por exemplo. Sem a neve nos Andes, como viverão? Para sobreviver, terão que migrar. Além disso, sabemos que na Europa e na Ásia as nascentes das grandes bacias hidrográficas surgem do degelo dos Alpes e do Himalaia", explica.
Segundo a docente, entre as alternativas de ações urgentes para auxiliar nas questões climáticas estão a geração de energia limpa, proibição dos desmatamentos e recuperação das áreas degradadas. Nas áreas rurais, é fundamental adotar sistemas agroflorestais biodiversos para ajudar no microclima local e recuperar as bacias hidrográficas. Nas cidades, é essencial o controle da qualidade do ar, como reduzir as emissões de poluentes e aumentar a ventilação, incluindo o plantio de árvores. Também é importante controlar a temperatura gerenciando o sombreamento e a refletividade, a fim de evitar ilhas de calor e microexplosões (microburst). Além disso, a coleta seletiva, a reciclagem e os aterros sanitários devem estar presentes nas cidades e nas áreas rurais.
"Cabe ressaltar que, acima de tudo, a educação ambiental, formal e não formal, deve estar presente na vida de todos. Muitos leigos questionam o aquecimento global, tendo em vista as baixas temperaturas e as nevascas ocorridas nos EUA. Entretanto, essa onda de frio extremo é ocasionada pelo degelo do Ártico e pela perturbação da alta polar que 'varre a umidade' do oceano Ártico (baixa pressão), ocasionando a nevasca. Compreender o sistema Terra é pesquisar e promover a ciência, base para o planejamento ambiental e territorial", finaliza.
Naira Nunes
Jornalista MTb 20.824
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