Comunidade
Atendimentos do Ciepre são retomados na Ulbra
Projeto é voltado para pessoas com deficiência
Depois de dois anos suspenso por conta da pandemia, a Ulbra retomou nesta quarta-feira, 5, os atendimentos do Centro Interdisciplinar de Estudos em Psicomotricidade Relacional (Ciepre). Inicialmente, será atendido o público que integrava o projeto até o final de 2019. O programa desenvolvido pela comunidade acadêmica há mais de 15 anos busca estimular corporalmente, através da psicomotricidade relacional, crianças, jovens e adultos com deficiência.
Coordenada por alunos e professores dos cursos de Educação Física, Pedagogia, Serviço Social e Fisioterapia, a iniciativa prevê a realização de um cronograma de atividades desenvolvido conforme as necessidades dos inscritos no projeto. São exercícios físicos em ambientes fechados e locais públicos, além de encontros de apoio à família na lida com os desafios apresentados pelas dificuldades de seus filhos. Os atendimentos terão 2 horas de duração, sempre às quartas-feiras, a partir das 14h, nas quadras do Complexo Esportivo no campus Canoas.
De acordo com a coordenadora do Ciepre, professora Ana Eleonora Sebrão Assis, retomar o serviço é relevante para atender jovens com deficiência que, a partir dos 18 anos, não têm mais acesso a políticas públicas. "A Ulbra oferece na região o único serviço que disponibiliza atendimento para jovens maiores de idade", completou. Acompanhando o Ciepre há 8 anos, a assistente social e tutora Jacicléia Storki lembra que o Centro ainda abre espaço para os familiares dos atendidos através de um grupo de escuta e acolhimento. "É um momento onde todos podem compartilhar suas vivências e uma família ajudar a outra", afirmou. A expectativa é que outros cursos da Universidade, como Psicologia, Estética e Medicina Veterinária, também se integrem ao Ciepre, possibilitando a ampliação de atendimento.
Envolvimento dos acadêmicos
Acadêmica do 4º semestre de Educação Física, Maria Gabriela conta que sempre ouviu falar do Ciepre no curso e, por isso, decidiu ser monitora. "Aqui podemos incentivá-los a ter uma prática esportiva e uma vivência em grupo e isso ajuda muito o desenvolvimento motor. São atividades que só o esporte consegue proporcionar e isso me motiva a estar aqui", comenta. Também monitora do Centro, Miriam Moraes, do 2ª semestre de Pedagogia, disse que essa foi sua primeira experiência com o projeto. "É um desafio, mas também uma oportunidade de muito aprendizado", completou.
Mães felizes com o retorno
Do lado de fora das quadras onde as atividades foram retomadas nesta quarta-feira, dezenas de mães acompanharam de perto seus filhos. Algumas delas aproveitaram para se integrar às atividades. Foi o caso de Ana Paula Majewski, mãe de Gustavo de Abreu, de 13 anos. O menino é autista e frequenta o Ciepre desde antes da pandemia. "O atendimento ajuda ele a se manter ativo e a interagir com outras pessoas. Estamos muito felizes com o retorno", declarou a moradora do bairro Fátima. Também moradora de Canoas, do bairro Guajuviras, Marinelma Ferreira acompanhou a filha, Daiane Ferreira, de 17 anos, nas atividades. "Ela sentia falta de estar aqui entre os amigos. Durante os últimos dois anos ela ficou mais em casa, mas esses atendimentos ajudam muito no desenvolvimento dela", completou a mãe da jovem, que é autista.
Marla Cardoso
Jornalista Mtb 13.219
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