Leonardo (direita) e Diego Corrêa, pai e filho Foto: Arquivo/Ulbra

Quem aí já ouviu aquela expressão "filho de peixe, peixinho é" ou "a fruta não cai longe do pé"? Pois bem, essa é a melhor definição para falar de Leonardo Bordoni Corrêa, de 47 anos, e Diego Borba Corrêa, de 22 anos, pai e filho que dividem a mesma paixão: a mecânica automotiva. Ambos alunos do 10º semestre de Engenharia Mecânica Automotiva da Ulbra, não somente dividem a vida fraterna, mas também a universitária.

Segundo Leonardo, o gosto pelo ramo automobilístico vem desde pequeno e só aumentou com o passar do tempo, tanto que se tornou mecânico, usando sua casa como oficina. Para garantir um conhecimento aprofundado no assunto, resolveu graduar-se. "O curso de Engenharia Mecânica Automomotiva era meu sonho. Ser engenheiro, projetar e fabricar carros", diz ele. 

Em 2009, teve início seu ciclo universitário. Em 2012, expandiu seu negócio e montou sua oficina em outro local. Mas sempre trabalhando na preparação de motores de automóveis para competição, e com uma parceria especial, seu filho o auxiliava nas atividades. O mecânico, que teve algumas interrupções na formação devido a problemas de saúde e também de trabalho, teve uma inspiração a mais para voltar aos estudos. Diego embarcou no mundo acadêmico em 2016 no mesmo curso que seu pai. Um companheirismo que renderia muitos frutos, inclusive um carro.

Diego cresceu dentro da oficina do pai e, desde muito novo, vem acompanhando a trajetória e se interessando pela área. "Sempre tive uma admiração pelo mundo dos carros. Então, quando tive a oportunidade, eu quis ingressar em um curso onde eu pudesse aprender mais", diz ele. Sobre as aulas do curso, o estudante diz que fez a maioria das cadeiras junto com o pai. "É uma experiência única atravessar esses anos de aprendizagem com ele. Sempre fizemos os trabalhos da faculdade juntos, assim como estudamos para as provas", ressalta. 

Juntos, criaram carro

Juntos, eles também criaram o projeto Lotus Seven em 2019. O carro é um protótipo de dois lugares e carroceria leve que esteve em produção entre 1957 e 1972. Ele foi utilizado em aulas práticas na Universidade com aval do professor Luiz Carlos Gertz, que foi um grande incentivador do projeto. "Usamos nosso carro em muitas aulas. O professor Gertz sempre nos ajudou muito", diz Leonardo, completando que, conforme iam adquirindo conhecimento, era modificado o modelo. 

Segundo Leonardo, o que mais marcou nessa jornada de pai e filho foi a construção do Seven. "Ele mostra o quanto aprendemos nessa caminhada", frisa ele. A réplica possui algumas melhorias em relação ao automóvel original e já conquistou três troféus em corridas. Porém, a intenção é emplacá-lo como um protótipo e assim poder usá-lo na rua. Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.

Hoje, pai e filho trabalham em um novo projeto, um carro com novo chassi, com dimensões maiores e sistema de suspensão mais moderno e, além disso, evoluído tecnologicamente. O exemplar ainda não ganhou nome e deve demorar um pouco mais que 9 meses, que foi o tempo que o Seven levou para ser construído, devido aos novos avanços tecnológicos. A maioria das peças dos veículos é fabricada na oficina, o que retarda a finalização.

Reconhecimento

"Estudar Engenharia na Ulbra, pra mim, foi uma experiência maravilhosa. Levo a Universidade no coração em todos os eventos que vamos com nosso carro. Me orgulho muito e, no que eu puder ajudar a divulgar nosso curso, nossa Universidade, podes contar comigo." Esse é o depoimento emocionado do pai que busca uma qualidade de vida melhor através do diploma de engenheiro mecânico. E por falar em diploma, ambos estão em seu trabalho de conclusão, com previsão de formatura para o próximo semestre. Juntos levantarão o canudo. 

Naira Nunes
Estagiária de Jornalismo Ulbra Canoas