Prevenção
15 de junho pede a conscientização da violência contra a pessoa idosa
Professor Paulo Consoni fala sobre os tipos de violência recorrentes
Dia 15 de junho é o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa. O dia torna-se ainda mais importante neste momento de pandemia da COVID-19, quando a maioria das pessoas idosas está em casa.
Segundo o professor do curso de Medicina e Orientador da Liga de Geriatria e Gerontologia da Ulbra, Paulo Roberto Cardoso Consoni, os números de violência aumentaram em 60% nesse momento de isolamento. As formas de violência contra a pessoa idosa são diversas, dentre elas: física, sexual, psicológica, econômico-financeira e patrimonial, autoagressão e autonegligência.
A violência contra o idoso é e deve ser entendida como uma grave violação aos Direitos Humanos. O principal objetivo do dia é criar uma consciência mundial, social e política da existência da violência contra a pessoa idosa. Consoni frisa que, independente da violência, o idoso muda de comportamento e é importante a observação.
"Só observando essa pessoa idosa, com um olhar mais amplo, questionando sobre a família, questões de estrutura familiar, é que podemos ter indícios da violência", diz ele. Histórias confusas, de idosos que se mostram abalados, deprimidos, inquietos e não querem falar em frente ao familiar ou cuidador, podem demonstrar que ele está sofrendo também algum tipo de violência, completa ele.
Segundo o docente, a prevenção passa pela educação, onde as campanhas educativas, principalmente feitas pelo poder público, sirvam de base e possam prevenir a violência. "A educação vai promover conhecimento e a prevenção é um processo educacional." Destaca ele, também, que a falta de comunicação é o que acaba gerando e mantendo a violência, podendo ter consequências graves.
Fatos importantes
Para garantir o envelhecimento da população de forma saudável e tranquila, com dignidade, sem opressão ou tristeza, é necessário trabalhar na prevenção da violência e na identificação da mesma, além de fazer o encaminhamento correto de casos de violência. Para tratar traumas de agressão, a indicação do médico passa por multiprofissionais, pois, sobre esse olhar, sabe-se por onde começar essa intervenção, podendo ser pelo idoso, família ou agressor. "Em especial, temos que preparar as novas gerações com informações, materiais e recursos educacionais, de forma a assegurar um envelhecimento digno e saudável", completou.
Segundo o IBGE, projeções apontam que, em 40 anos, o percentual de pessoas idosas deve triplicar no Brasil, aproximando-se de 29,7% da população. A expectativa é que, em 2050, haverá duas vezes mais idosos do que crianças na sociedade brasileira.
Para denúncias de maus tratos a idosos, denuncie: disque 100 para o Direitos Humanos
Naira Nunes
Estagiária de Jornalismo Ulbra Canoas
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