Exclusiva
Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é entrevistado no Conexão RS
FHC falou à Ulbra TV sobre as expectativas para as eleições em 2022
O cientista político, sociólogo e ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso, participou na tarde desta quarta-feira, 17, do programa Conexão RS da Ulbra TV. FHC conversou com o apresentador Raí Quadros sobre o atual cenário político, econômico e social do Brasil, sobretudo com a crise causada pela pandemia do novo Coronavírus.
Um dos assuntos abordados foi a questão da possível candidatura do atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, à Presidência da República. Quando questionado se o tucano seria um bom nome para assumir o cargo em um cenário de recuperação do país pós-pandemia, o ex-Presidente foi enfático: "Ele é uma pessoa confiável ao seu eleitor, sinto que ele tem a capacidade de expressar o sentimento do povo, porém é preciso que haja mais espaço político para ele. Eduardo Leite precisa ganhar mais visibilidade no cenário nacional".
Ao longo dos 30 minutos de conversa, Fernando Henrique também avaliou a força do possível segundo nome à presidência pelo PSDB, o governador de São Paulo, João Dória. "São Paulo é um estado mais numeroso, tem mais visibilidade, isso pode ser uma vantagem para ele. Assim como o governador Leite, Dória também tem a capacidade de expressar o sentimento do povo, está tentando mudar a realidade do estado no combate à pandemia, está fazendo a sua parte para ajudar os cidadãos."
Situação da pandemia
Questionado sobre as mais de 280 mil mortes no país, Fernando Henrique comenta que é a favor de um lockdown nacional para conter o avanço da Covid-19. "Às vezes, são necessárias medidas mais fortes para preservar as vidas, o prejuízo é inevitável, mas as vidas são mais importantes. Existe uma desigualdade muito grande em nosso país, a pandemia atinge principalmente a camada mais pobre, é preciso ter mais sensibilidade", disse.
Sobre o atual governo, FHC fez críticas quanto a forma de Jair Bolsonaro conduzir o país na pandemia. "Sinto que existe a falta de sentimento de obrigação em ajudar o próximo. O Presidente precisa reconhecer que há falta de crença em sair desse momento difícil. Mudar três ou quatro ministros da saúde em meio a essa crise é um exagero", conta.
O sociólogo também deu a sua opinião sobre quem foi o melhor e o pior presidente do Brasil desde a redemocratização. "Obviamente tivemos bons e maus presidentes, a polarização afetou muito nesse sentido, porém acredito que o Lula, por ter pegado a continuação de um governo muito bem-organizado, se saiu bem. Existiram outros presidentes que foram razoáveis. Quanto aos maus presidentes, acredito que este que está aí, o Bolsonaro, é um deles, assim como os que sofreram impeachment, no caso o Collor e Dilma", revela.
Quando o assunto foi a corrida presidencial em 2022, o cientista político conta quais são as suas perspectivas e revela que está na torcida para que surja uma terceira força para brigar pela presidência. "Acredito que se não aparecer uma terceira força, a briga vai ficar entre Bolsonaro e Lula. Torço muito para que surja alguém e que tenha o sentimento do povo, tenha a vontade de mudar esse cenário que estamos vivendo. Mas entre Bolsonaro e Lula, mesmo eu não sendo um fã de Lula, sei que ele poderia se comunicar melhor com o povo do que Bolsonaro."
Se você perdeu a entrevista, clique aqui e confira o bate-papo na íntegra.
João Pedro Borques
Estudante de Jornalismo da Ulbra Canoas
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