Felipe é da turma 2020/2 do curso de Fonoaudiologia Foto: Arquivo pessoal

O egresso do curso de Fonoaudiologia da Ulbra Canoas, Felipe de Oliveira Goulart, 27 anos, mal se formou em janeiro deste ano e já foi selecionado para a residência multiprofissional. Em uma, não: duas. Além de um mestrado na área. As seleções ocorreram para a Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto e Idoso do Hospital Universitário de Canoas e no programa de Residência Multiprofissional em Oncohematologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre/Universidade Federal de Ciências da Saúde (UFCSPA). A aprovação também ocorreu para cursar o mestrado do Programa de Pós-graduação em Fonoaudiologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na linha de pesquisa de Fonoaudiologia na Atenção Primária a? Saúde.

A decisão, ele conta, foi difícil e levou algum tempo. "Optei em iniciar a residência na Santa Casa, pois nos últimos semestres de graduação me apaixonei pela área hospitalar, mais precisamente pelo atendimento de alto risco, que é o perfil que vemos na maioria dos pacientes oncológicos. Neste momento, vou seguir qualificando minha jornada profissional por meio da residência, e logo mais quero iniciar o mestrado, que também sempre foi um sonho, pois desejo seguir na carreira acadêmica", contou o jovem.

A escolha permitiu que, no primeiro dia de março, o egresso iniciasse seu trabalho como fonoaudiólogo residente em Oncohematologia no Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre em parceria com a UFCSPA, local onde cursa as disciplinas teóricas que fazem parte da residência multiprofissional. A função, de acordo com ele, consiste na avaliação e tratamento fonoaudiológico de pacientes oncológicos atendidos pelo SUS. "O fonoaudiólogo atua no atendimento ambulatorial, na UTI e nas unidades de internação. A maior demanda é de pacientes com dificuldades para se alimentar, devido à quimioterapia, radioterapia e demais dificuldades oriundas das cirurgias feitas para a retirada dos tumores", explicou.  

Trajetória na Universidade

Antes desta etapa, porém, Felipe detalha que viveu uma longa caminhada na Universidade, iniciada em 2014. "Houve algumas dificuldades na minha trajetória, que por vezes pensei que poderiam impedir a conclusão do meu curso, como conciliar o trabalho em outra cidade e problemas de saúde familiar. Mas mesmo com esses desafios e com a correria do dia a dia, sempre foquei no meu objetivo de ser fonoaudiólogo", lembra. Isso porque, para ele, ingressar na Ulbra era um sonho. "Desde criança, pois minha mãe e alguns parentes foram alunos da Instituição. Então, desde cedo eu já circulava pelo campus Canoas e Guaíba, minha cidade natal", recorda.

A motivação para intensificar os estudos, mesmo em um ano de pandemia, e participar dos processos seletivos de pós-graduação, ele conta que encontrou nas professoras do curso. "As docentes sempre me deram a oportunidade de aprofundar meu conhecimento com instrumentos de ensino e pesquisa atuais. Somos incentivados desde o início a participar dos projetos de pesquisa e extensão, e, principalmente de sempre nos mantermos atualizados por meio de evidências científicas", explica. 

Durante a graduação, Felipe conta que teve a oportunidade de ser monitor de algumas disciplinas de diferentes áreas do curso. A experiência, para ele, se resume em uma palavra: gratidão. "Saio da Ulbra da mesma forma que minha mãe saiu, em 2004: feliz, grato, apaixonado pela profissão e carregando com orgulho o fato de fazer parte da história da Universidade. Espero voltar em breve, mas como parte do corpo docente", almeja.  

Marla Cardoso
Jornalista Mtb 13.219