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Neste sábado, 29 de agosto, é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Com objetivo de reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco, a data também promove conscientização acerca do câncer de pulmão, cujo principal desencadeador é o fumo.

A Organização Mundial da Saúde aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto deste produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não fumantes expostos ao fumo passivo.

Risco para o câncer de pulmão

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão diagnosticados estão associados ao consumo de derivados de tabaco. Por exemplo, no Brasil em 2015, a doença foi responsável por 26.498 mortes. A estimativa é de 30.200 novos casos para este ano. A mortalidade por câncer de pulmão entre fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca de quatro vezes maior.

Tosse persistente, dor no peito, rouquidão, pneumonia recorrente ou bronquite, escarro com sangue, falta de ar, perda de peso/apetite e cansaço/fraqueza são alguns dos sintomas da doença. Geralmente, eles se manifestam quando a doença está em estágio avançado. Isto ressalta a importância de fazer exames preventivos que poderão detectar o câncer precocemente, trazendo maiores possibilidades de recuperação.

O professor do curso de Medicina da Ulbra e cirurgião torácico do Hospital Universitário de Canoas (HU), Airton Schneider, ressalta a importância da campanha contra o tabagismo para conscientizar a população sobre os problemas do fumo. "A campanha de tabagismo visa diminuir os casos de câncer por meio da conscientização, porque, geralmente, as pessoas demoram para consultar, agravando o quadro que pode levar ao óbito."

Relação do fumo com a COVID-19

Sobretudo neste período de pandemia de COVID-19, as pessoas com alguma comorbidade tendem a ter complicações em caso de contaminação pelo vírus. "Embora a relação entre COVID-19 e fumo não seja causa e efeito, sabemos que as pessoas que estão no grupo de risco são afetadas por doenças coadjuvantes. Uma delas é o enfisema, causado pelo tabagismo", comenta Schneider. 

O enfisema é uma irritação respiratória crônica, de lenta evolução, no qual os alvéolos transformam-se em grandes sacos cheios de ar que dificultam o contato do ar com o sangue, uma vez que foi destruído o tecido por onde passavam os vasos.

O sintomas são respiração ofegante com chiado, tosse, sensação de sufoco e falta de ar que piora à medida que a doença se agrava. Os pulmões se tornam menos eficientes e o peito adquire uma forma cilíndrica característica da doença.

O que fazer?

Segundo Schneider, consultas anuais ao profissional responsável auxiliam na prevenção de problemas decorrentes do tabagismo. "Toda pessoa que usa tabaco deve fazer uma tomografia computadorizada de tórax com baixa dosagem sem contraste todo ano."

No entanto, precisa haver uma mudança de pensamento e atitude frente ao consumo de cigarros e derivados do tabaco. "Existem diversas formas de campanhas contra o tabagismo, mas a melhor delas é a conscientização. O paciente pode parar de fumar e existem várias maneiras para isso, entretanto deve partir dele. Ele deve entender que se parar de consumir tabaco vai ganhar um bônus, tendo mais tempo de vida para aproveitar com quem ama", finaliza o docente. 

Álison Pires
Estudante de Jornalismo da Ulbra Canoas