Gente da Ulbra
Egressas da Ulbra criam coletivo internacional de fotógrafas
A iniciativa Pixel Ladies surgiu em meio à pandemia da COVID-19
Quatro egressas do curso de Fotografia da Ulbra Canoas se reuniram em torno de um projeto que busca romper as barreiras impostas pela pandemia do novo Coronavírus. Ao terem suas atividades paralisadas devido ao surto epidemiológico, Julia Pilati, Francine Tobin, Gabriela Radde e Ritiele Brasil toparam o desafio de participar do coletivo Pixel Ladies, idealizado pela fotógrafa gaúcha Suzana Pires, mãe de Julia. A iniciativa já conta com sete profissionais em quatro países. Além do Brasil, Canadá, Reino Unido e Itália completam a lista de nações envolvidas no projeto internacional.
O elo que ligou Francine, Gabriela e Ritiele ao coletivo recém-criado foi a ex-colega do curso de Fotografia das jovens, Julia Pilati. "Ela já falava do nosso trabalho para a Susana. Feito o contato, nós gostamos muito do projeto e, desde então, estamos juntas nessa", contou Francine Tobin, que reside em Porto Alegre e decidiu que estudaria na Ulbra após se apaixonar pelas paisagens do campus. "Eu sempre saía encantada daquele lugar e pensando que precisava estudar lá", lembrou a egressa.
Atualmente residindo em Londres, no Reino Unido, Julia conta que a mãe não foi uma influência apenas para o projeto Pixel Ladies, mas para a sua vida na área. "Desde que me conheço por gente, estou no meio de fotógrafos, redações e estúdios. Aprendi a segurar uma câmera com seis anos e ganhei a minha primeira aos 10. É como se estivesse no meu sangue e fizesse parte do meu destino", disse Pilati, que sempre esteve inserida no dia a dia de Suzana, repórter fotográfica ligada a diversos veículos de comunicação.
A partir dessas fortes ligações, estabelecidas antes, durante e depois do curso, o Pixel Ladies começou a tomar forma. O grupo já possui páginas ativas no Facebook e no Instagram e pretende lançar sua plataforma. "Expomos virtualmente as nossas fotos e vendemos a preços justos. Nosso objetivo é ampliar isso, construindo um banco de imagens com a participação de fotógrafas convidadas de todo o mundo. Além disso, estamos elaborando uma campanha de financiamento que será internacional e multilingue", adiantou Francine Tobin.
União que busca estimular trabalhos feitos por mulheres
Apesar de estar em fase inicial, o projeto Pixel Ladies já nasceu com o intuito de ser mais do que uma iniciativa que visa ao lucro das fotógrafas envolvidas. A ideia, segundo Francine, é justamente encorajar outras mulheres a exporem seus trabalhos. "Queremos dar visibilidade a essas autoras. Não temos dúvidas de que nosso coletivo pode ser uma forma de despertar artistas mulheres que estão silenciadas", explicou Tobin. De acordo com a jovem, esse ponto motivou o coletivo a manter-se apenas com profissionais mulheres.
A pandemia afeta, mas também cria oportunidades
O avanço da pandemia do novo Coronavírus foi um choque para diversas profissões. O mundo da fotografia não passou ileso por isso, de acordo com Francine. "Fomos totalmente afetadas pelos limites nas atividades comerciais e de distanciamento, pois nosso meio de vida é o trabalho fotográfico. Estamos diante de uma situação sem prazo para terminar, então vimos que é o momento de agir criativamente e decidimos prosseguir de um modo diferente. Buscamos encarar de maneira positiva e tratar como uma oportunidade".
A mobilização artística, neste momento de crise, foi surpreendente para o coletivo, afirmou a jovem. "Mesmo em tempos dolorosos, a classe se uniu e não parou de produzir. Recebemos muitas palavras de incentivo e vemos o interesse das pessoas no nosso projeto. Surgimos em um cenário hostil e, desde o início, temos aprendido umas com as outras, com as diversas experiências, as paisagens atípicas, os jeitos diferentes de cada uma. O coletivo tem nos dado forças para querer prosseguir criativamente", observou.
Aprendizagem que preparou para o período sem precedentes
Ao se depararem com os desafios emocionais que se impõem durante o isolamento social, as fotógrafas tiveram que lidar com as dificuldades técnicas que a pandemia trouxe à profissão. Para Ritiele Brasil, o curso trouxe a bagagem necessária para enfrentar os problemas que a crise apresentou até agora. "Além da parte técnica, aprendemos o poder da imagem, assimilamos que a fotografia é uma ferramenta de comunicação, ela denuncia, sensibiliza e instiga", apontou.
"Esta influência nos ensinou que o ato de ver estabelece nosso lugar no mundo. No meio da crise, percebemos que, no coletivo, encontraríamos forças e uma maneira de seguir a profissão. O Pixel Ladies nos permitiu recorrer a novos meios de divulgação e abriu portas para registrar esse momento histórico, em diferentes locais do mundo", concluiu a fotógrafa natural de São Leopoldo e que, atualmente, reside em Canoas.
Completam o time: Malu Baumgarten e Denise Dietrich. Para ajudar o projeto, você pode contribuir com o financiamento coletivo que foi aberto pelo grupo de fotógrafas. Clique aqui e ajude!
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
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