Lançamento marca cinco anos de pesquisas Foto: Reprodução

Entre os anos de 2015 e 2020, a Universidade Luterana do Brasil participou do projeto de pesquisa Estudo da flora apícola e dos grãos de pólen para a inserção de dados na Rede de Catálogos Polínicos online (RCPol): subsídio para manejo e conservação de abelhas, fomentado pela Bayer em parceria com universidades de todo continente americano. 

Neste mês, foram lançadas duas obras decorrentes do projeto: Plantas e pólen em áreas urbanas: uso no paisagismo amigável aos polinizadores e Atlas of pollen and plants used by bees. A docente da Ulbra e coordenadora do Laboratório de Palinologia, Soraia Bauermann, junto do egresso do curso de Ciências Biológicas, Jefferson Radaeski, participaram como colaboradores na autoria dos livros. 

Segundo Soraia, as publicações e seu conteúdo têm muito em comum com o momento que vivemos, apontando a nossa interligação com o meio ambiente e a sua relevância. "Não podemos querer viver à margem do meio ambiente e pensar que nossa exploração não terá consequências", destacou a docente no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado neste 5 de junho. 

Objetivos das obras e sua importância

Para Radaeski, o assunto abordado nos livros é de muita carência para diversas regiões do mundo, incluindo o sul do Brasil. "Tínhamos poucas informações sobre as interações pólen-planta-abelha, e, a partir dos dados contidos na pesquisa, pode ser possível desenhar estratégias e manejos". O egresso destacou ainda que uma informação importante abordada no projeto é sobre a origem floral dos méis que temos nos mercados: "encontramos nas embalagens, muitas vezes, a informação: mel de eucalipto ou mel de laranjeira. Quando fazemos a análise polínica, por vezes estes produtos apresentam conteúdos de plantas diferentes".

Soraia apontou que as obras tentam auxiliar na preservação das abelhas: "às vezes, o pequeno apicultor não tem conhecimento sobre manejo correto da espécie". Para ela, é extremamente relevante abordar as temáticas do cuidado com o ambiente, destacando que as consequências das nossas interferências no meio afetam outros seres vivos. "As abelhas, por exemplo, vêm sofrendo muito com as mudanças que promovemos na vegetação. E isso é algo que, quando vemos, é sob a forma de números."

Emily Ebert
Estagiária de Jornalismo da Ulbra Canoas