Prática
Alunos da Ulbra se voluntariam para o combate ao novo Coronavírus
Governo federal publicou edital abrangendo cursos da área da saúde
O edital publicado pelo Ministério da Saúde, no início de abril, fez com que estudantes dos cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia se mobilizassem para atuar na linha de frente do combate ao novo Coronavírus. Na Ulbra, não foi diferente. Alunos dos cursos se inscreveram para ajudar nesse momento difícil da saúde brasileira.
O acadêmico do 10º semestre de Enfermagem, João Westphalen, foi o primeiro voluntário a começar seu trabalho em uma unidade básica de saúde de Porto Alegre. A UBS atende mais de 11 mil pacientes de um dos bairros da capital, de acordo com o jovem. "Percebemos uma intensificação dos casos, principalmente nesta unidade, mas o clima entre os profissionais é de confiança, de estar atento aos protocolos e buscar atender da melhor maneira a população, seja na assistência direta ou indireta", afirmou.
De acordo com João, não se inscrever nunca foi uma possibilidade, à medida que a doença ia avançando no país e o sentimento de impotência ia aumentando. "Decidi me inscrever no programa, pois vi a possibilidade de agregar de algum modo dentro do SUS, visto meus conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Senti uma necessidade de tomar alguma atitude para ajudar", destacou o voluntário.
Alunos ainda aguardam chamamento do programa
Outros alunos da Ulbra aguardam para iniciar o voluntariado no programa do Ministério da Saúde. A discente Sheila Kochhan, do mesmo curso de João, revelou a expectativa para atuar o quanto antes, não só para ajudar no combate ao vírus, mas também para dar continuidade à aprendizagem. "Apesar de ser uma situação desagradável, creio que será uma boa oportunidade para aprimorar meus conhecimentos práticos. Também será importante para aprender a ter mais cuidados de higiene e proteção com a saúde", observou.
Seguindo na mesma linha, a aluna de Medicina, Carolina Pellenz, ressaltou que o voluntariado é uma ótima oportunidade de ajudar o país de forma prática, fazendo aquilo que ama fazer. "A minha maior motivação foi poder atuar na área que escolhi como profissão para a minha vida. Não sabemos o que vamos enfrentar, mas vale a pena pelo aprendizado e também por estar contribuindo de alguma forma para o combate à pandemia", destacou a acadêmica.
A preparação e os desafios
Com foco nos acadêmicos que estão nos últimos semestres de seus cursos, o edital busca voluntários que já tenham uma preparação maior para os desafios a serem enfrentados no sistema de saúde brasileiro. No entanto, os alunos destacam que, por se tratar de uma situação atípica e nova no país, ninguém pode se dizer completamente preparado para o combate à pandemia. "Nunca estamos totalmente preparados, sempre vai haver alguma insegurança, principalmente na situação pela qual estamos passando, pois nunca fomos preparados especificamente para algo parecido", confessa Carolina Pellenz.
Técnica de Enfermagem e com atuação na ala de pediatria, Sheila complementa, ressaltando que, apesar da dificuldade de combater um vírus novo, todos estão concluindo suas formações e foram capacitados pelos professores de seus cursos. "Os estágios e o dia a dia dos estudos nos permitem uma atualização constante, inclusive sobre o vírus. Então, nesse momento, só pensamos na enorme vontade de ajudar", concluiu a acadêmica de Farmácia.
Do lado de quem já está "com a mão na massa", o seu colega João também fala sobre a vontade de colaborar com as equipes da linha de frente. "Traz um sentimento de satisfação, por estar fazendo o que amo, na profissão que escolhi, e podendo atuar lado a lado com demais colegas que estão todos os dias frente a frente com o vírus para atender a população", contou o aluno, que também elencou alguns dos desafios enfrentados desde que chegou ao seu local de trabalho.
De acordo com ele, o principal desafio, dentre os inúmeros enfrentados pelos profissionais de saúde, é o isolamento diferenciado em casa. "Tenho pais que pertencem ao grupo de risco, são idosos. Tive que me isolar, apesar de morar na mesma casa, antes de ser chamado. Tive de preparar um local na casa onde somente eu frequento, faço minhas refeições, durmo, visando não colocá-los em risco de uma possível contaminação. Talvez isso seja o mais difícil para um profissional que trabalha na linha de frente, o isolamento de seus familiares", lamentou.
Enquanto vigorar a declaração de emergência em saúde pública no País, o sistema O Brasil Conta Comigo - Acadêmico permanecerá com acesso aberto para os procedimentos de adesão, habilitação, cadastramento e eventuais atualizações das respectivas fichas. Confira o edital clicando aqui.
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
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