Saúde
Professor dá dicas para melhorar o sono durante a pandemia
Psiquiatra explicou o que interfere numa boa noite de sono
A preocupação com a crise provocada pelo novo Coronavírus fez com que muitas pessoas sentissem dificuldades na hora de dormir. Parte fundamental para o equilíbrio da saúde física e mental, o sono pode prejudicar severamente quem não toma os devidos cuidados e tem doenças pré-existentes. E é isso que explica o psiquiatra e professor do curso de Medicina da Ulbra, Manoel Garcia Júnior.
O docente destaca que o sono precisa de, no mínimo, três horas para ser restabelecedor. "É necessário que se passe por um ciclo completo e eficaz de sono, para que o nosso corpo descanse, nossa regulação hormonal seja mantida e para que nossa mente se reorganize", explica Manoel Garcia, que também critica o uso de medicações que induzem o sono. "Elas nem sempre são positivas, pois diversas delas são prejudiciais à 'arquitetura do sono' e são, portanto, menos eficazes", observa.
Entre os diversos aspectos que influenciam na capacidade e na qualidade de sono, o psiquiatra aponta condições como a obesidade, o tabagismo, obstruções do fluxo respiratório, dores, ambientes inapropriados, exposição luminosa, falta de atividades físicas e alimentação inadequada. Além disso, fármacos e outras substâncias podem prejudicar o corpo e dificultar o sono. São os casos de anfetaminas, cigarro, álcool e outras drogas.
As questões emocionais aparecem como grande vilão nos casos de insônia. "A ansiedade e a depressão são as mais comuns. Elas podem trazer pesadelos, sonhos vívidos e sonambulismo, além da tradicional insônia", explica o professor. "No caso da insônia por ansiedade, a pessoa demora a dormir por causa da preocupação com os seus problemas, enquanto a depressão faz com que o sujeito durma, mas acorde no meio da noite pensando em coisas negativas, vendo sua vida e a sua situação de forma pessimista", complementa.
Mudança de comportamento
"Para uma melhora do sono, devemos começar pela 'higiene do sono'. Não devemos praticar atividades físicas próximas ao horário de dormir, por exemplo. O banho também deve ser tomado mais cedo. A alimentação, no período da noite, deve ser balanceada", elenca o professor, que considera a preparação para dormir essencial para avisar ao cérebro que é o momento certo de desligar. "Antes de ir para a cama, é preciso começar um processo para avisar ele: diminuir luzes, apagar TV e outros aparelhos, ler um pouco."
O quarto deve ser um ambiente sagrado, sem distrações. "TV, computadores, rádio-relógio e outros aparelhos eletrônicos não devem ficar no quarto. É um local feito para dormir, então não deve ser usado para ver televisão ou pensar em soluções para problemas", destaca.
Confira outras dicas do especialista:
- Não beber ou usar substâncias imediatamente antes de dormir;
- Se consultar para diferenciar situações normais de patologias (apnéia do sono, ansiedade, depressão, etc.);
- Manter-se ocupado em uma rotina (trabalho e lazer);
- Conversar com amigos e familiares em período diurno;
- Se perceber dificuldades com o período da quarentena, procurar ajuda psicológica (terapia);
- Se tiver alguma patologia mental, deve manter o uso da medicação e conversar com seu psiquiatra para eventuais ajustes da dose.
Leonardo Magnus
Jornalista Mtb 19305/RS
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